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Quanto tempo o novo Coronavírus sobrevive no ar e superfícies?

Infectologista do Hospital São Camilo responde a dúvidas sobre ciclo de resistência do vírus

Estudo realizado por cientistas dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, indica que o novo Coronavírus pode sobreviver até três dias em algumas superfícies. 

Segundo a pesquisa, o vírus resiste por cerca de 72 horas no plástico e 48 horas no aço inoxidável, enquanto no papelão tem uma sobrevida de 24 horas. Já no cobre, apenas 4 horas. 

O levantamento também mostra que o vírus pode sobreviver no ar entre 40 minutos e 2h30, após uma pessoa infectada tossir ou espirrar.

A infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo Dra. Adriana Coracini afirma que os cientistas promoveram artificialmente a nebulização do vírus no ambiente, fazendo com que ele fosse aerossolizado e, a partir daí, testado em todas as superfícies para checar o seu tempo de sobrevida. 

A especialista destaca, no entanto, que, como o estudo foi realizado em laboratório, o tempo de sobrevida real pode ser um pouco diferente. 

“É importante frisar que uma vez que o teste não foi gerado por um paciente e sim por uma aerossolização artificial, a sobrevida do vírus não necessariamente será a mesma do que quando uma pessoa infectada tosse ou espirra”, explica.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a principal forma de transmissão do COVID-19 é por gotículas respiratórias, ou seja, as superfícies onde o vírus possui sobrevida, e não pelo ar. Por isso, o alerta da higienização é importante e sempre ressaltado, seja lavando as mãos ou limpando objetos. 

“A melhor forma de higienizar é com a utilização do álcool gel 70% ou outros componentes que usamos no hospital à base de álcool, como o clorexidina ou o quaternário de amônio, que é mais usado para dispositivos como celulares e computadores”, detalha Adriana.

Segundo a médica, os compostos de clorados inativam o vírus, em qualquer ambiente. Então, qualquer um desses, usados antes do período em que o vírus morre sozinho, já será eficaz para a esterilização. 

Adriana finaliza ressaltando que os estudos não testaram a sobrevida do vírus nos tecidos das roupas, onde é possível que ele sobreviva também. Porém, não há como estimar o tempo que o COVID-19 possa resistir nestas condições.

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