Pets precisam de atenção especial com a chegada do inverno
Em meio à pandemia de Covid-19, médicos-veterinários dão orientações para a época mais fria e instável do ano, o que pode prejudicar a saúde dos animais de estimação
Com o frio do inverno se aproximando e toda a situação de pandemia do novo coronavírus, tutores de cães e gatos podem ficar se perguntando se, devido à Covid-19 e as intempéries da estação, devem redobrar os cuidados para que os animais não fiquem doentes nesta época devido às baixas temperaturas.
De acordo com a médica-veterinária Rosângela Gebara, membro da Comissão Técnica de Bem-Estar Animal (CTBEA) do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), apesar de possuírem pelos, animais de estimação também estão suscetíveis às doenças associadas às baixas temperaturas, como gripes, resfriados, problemas respiratórios e osteoarticulares.
Em tempos de pandemia, os sintomas não devem ser confundidos com os do coronavírus e motivo de preocupação para a saúde da família, entretanto, é preciso procurar sempre a orientação de um médico-veterinário. De acordo com o Centro Pan-Americano de Febre Aftosa e Saúde Pública Veterinária da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (PANAFTOSA-OPAS/OMS) e a Proteção Animal Mundial, até o momento, não há evidências científicas de que animais de companhia (cães e gatos) são uma fonte de infecção da Covid-19 para humanos.
“Assim como os humanos, os animais também devem ter a vacinação atualizada. Os gatos precisam estar com a vacina tríplice ou quádrupla em dia e os cães com a vacina V8 ou V10. Se for um cão filhote, idoso ou que more com muitos outros cães, procure vacinas específicas para gripe canina, que protegem contra o Adenovírus Canino Tipo 2, o vírus da Parainfluenza Canina e a Bordetella bronchiseptica”, explica Rosângela.
Em relação ao aquecimento dos pets, deve-se ter muito cuidado. O médico-veterinário Eduardo Pacheco, membro da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais do CRMV-SP orienta para sempre abrigá-los, evitando deixar os animais no sereno. Segundo ele, para os que vivem fora de casa, o ideal é ter camas ou cobertores para proteger do frio. “Deve-se também, como prevenção de doenças, adotar uma alimentação balanceada, evitar banhos com água fria ou até espaçar mais o tempo entre um banho e outro”, ressalta.
Pacheco também pede atenção para evitar aglomeração de cães, como forma de prevenir a contaminação por gripe canina e, sendo necessário deixá-los em creches, estar com todas as vacinas em dia. “Para quem sai para passear com os animais, é melhor que não o faça em horários como no começo da manhã ou no fim da tarde, quando as temperaturas caem, a umidade baixa e o sereno pode fazer muito mal”, avalia.
Além do cuidado com a temperatura, o médico-veterinário faz outro alerta nos dias de passeios: “Se um cão ou gato tiver contato físico com uma superfície contaminada pelo novo Coronavírus, eles podem carregá-lo para dentro de casa por meio das patas ou do pelo, assim como os humanos carregam nas mãos e objetos.”
Desta forma, ele orienta os tutores a fazerem a higienização dos animais. “Lave as patas deles com água e sabão neutro, da mesma forma como temos que lavar as mãos, para matar o vírus”, orienta Pacheco.
E se o tutor estiver doente da Covid-19?
Com a pandemia se alastrando cada vez mais no Brasil, não é difícil que muitos tutores de pets tenham se infectado com o novo coronavírus. Nesses casos, o Centro de Controle de Doenças (CDC) recomenda que estas pessoas:
– Restrinjam o contato com os pets, assim como fariam com outras pessoas;
– Solicitem que outra pessoa cuide dos animais enquanto estiver doente;
– Evitem o contato mais próximo com o pet, e isso inclui acariciá-lo, abraçá-lo, ser beijado ou lambido por ele e compartilhar alimentos;
– Se precisarem cuidar do seu pet ou ficar perto de animais enquanto estiver doente, sempre lavem as mãos com água e sabão antes e depois de interagir com os animais e usem uma máscara facial.