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Ginecologista esclarece as principais dúvidas sobre saúde íntima feminina

Do tecido da calcinha à alimentação, pequenos hábitos do dia a dia podem contribuir (ou atrapalhar) a saúde e qualidade de vida das mulheres em isolamento social

Em tempos de isolamento social, com a adoção de novos hábitos e uma rotina diferente – às vezes toda bagunçada, alguns comportamentos podem contribuir para o surgimento de problemas na região íntima feminina, como a candidíase. Para evitar que surjam esses incômodos e para auxiliar as mulheres que já estão sentindo algum sintoma, a ginecologista Débora Tonetti esclareceu as principais dúvidas que aparecem quando o assunto é a saúde da PPK. Veja a seguir as perguntas mais frequentes recebidas pela especialista e quais são suas recomendações:

1.                 O que é a candidíase?

A candidíase nada mais é que a proliferação desordenada de um fungo chamado Candida albicans, que habita a microbiota que compõe a flora vaginal e intestinal. Essa proliferação excessiva pode acontecer por diversas razões, entre elas o abafamento da região íntima, o uso de roupas apertadas e de tecidos sintéticos que aumentam a temperatura local, por exemplo. Além disso, no momento que vivemos hoje, outros fatores podem provocar esse surgimento, já que temos experimentado situações de muito stress, ansiedade e até insônia. Tudo isso pode interferir no nosso organismo impactando a nossa imunidade, o provocando esse tipo de problema. É importante lembrar que até uma alimentação inadequada pode contribuir para o aparecimento dessa condição. 

2.                 Como é feito o tratamento?

O tratamento é feito com antifúngicos e hoje contamos com algumas opções disponíveis no mercado para o tratamento adequado da candidíase, dentre elas existem apresentações com apenas 1 aplicação, como é o caso do comprimido vaginal por exemplo. Ou ainda é possível fazer o tratamento com o uso de cremes vaginais por 3 ou 6 dias.

3.                 Estou sentindo uma coceira estranha na vagina. Estou com candidíase?

Não necessariamente! Os sintomas mais comuns da candidíase são o corrimento esbranquiçado, com aparência de “nata de leite“, acompanhado de muita coceira e sensação de ardência. Mas nem todo corrimento vaginal é candidíase e há diversas outras razões que podem fazer com que surja esse incômodo, como irritações causadas pelo uso de protetores diários, por exemplo.

4.                 Tenho ficado sentada grande parte do dia. Devo ter algum cuidado específico?

O fato de ficar muito tempo sentada não é um problema, mas a combinação disso com outros maus hábitos como usar roupas muito apertadas ou de tecidos sintéticos, o consumo excessivo de álcool, açúcares e carboidratos, o stress, entre outros comportamentos típicos dessa fase de isolamento, podem ocasionar problemas na região íntima. Por isso é importante tentar ter uma alimentação mais equilibrada, praticar algum tipo de atividade física ou atividades que ajudam no manejo do estresse como meditação, dar preferência a roupas mais leves e confortáveis e calcinhas de algodão que permitem que a região vaginal fique mais arejada ou até mesmo dormir sem calcinha. Tudo isso contribui para a nossa saúde íntima de forma geral. 

5.                 Qual o melhor sabonete íntimo para lavar a PPK?

Primeiramente é importante alertar que não se deve lavar a parte interna da nossa região genital, que é a vagina, mesmo após as relações sexuais. A higiene se faz na parte externa, a vulva. E para escolher o sabonete íntimo ideal é importante que ele seja líquido, hipoalergênico (sem substâncias que possam irritar a região), com o PH adequado e não bactericida, para que não elimine as bactérias que fazem bem ao nosso organismo. Além disso, para os casos em que há algum tipo de desconforto, os sabonetes que contém glicina em sua composição ajudam a acalmar a região e diminuir a irritação e coceira local.

6.                 Estou me depilando com lâmina. Isso é prejudicial de alguma forma?

A depilação com lâmina não é exatamente um problema, mas é preciso ter cuidado com as microfissuras que o uso da lâmina pode ocasionar. Essas microfissuras podem servir como porta de entrada para bactérias, além de causar irritação local.

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