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Cardiologista do HCor alerta: infartos podem ser desencadeados por estresse repentino

Dia Mundial do Coração (29/09) 

Cerca de 15% dos infartos são causados por uma situação de estresse repentino e muito forte, provocando o fechamento de uma artéria coronária. Durante uma crise de estresse, a pessoa pode ter, ainda, sintomas parecidos aos de um infarto, como falta de ar, coração acelerado e transpiração excessiva

Pode ser difícil encontrar formas de lidar com o estresse, mesmo sabendo o motivo pelo qual ele existe e quais são as suas consequências. Em situações de estresse repentino, a defesa do organismo faz com que hormônios como a adrenalina e a noradrenalina sejam liberados, causando redução do calibre dos vasos sanguíneos, espasmos das artéria coronárias, aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca. São os chamados hormônios do estresse. Mas por que tudo isso se altera? Porque são essas alterações que fazem com que mais sangue chegue aos órgãos e músculos, o que facilita uma corrida ou atividade de grande intensidade (como uma luta, por exemplo). Durante uma crise de estresse aguda nota-se rubor facial, sudorese e palpitações, semelhante ao infarto.

Agora imagine passar por esse processo muitas vezes em um mês ou em uma semana? “Os hormônios do estresse, também chamados de catecolaminas, são estimuladores da musculatura do coração, fazendo com que ele contraia e relaxe. Quanto mais o coração passa por esse processo, mais esse sistema fica ineficiente”, alerta o cardiologista e coordenador do Programa de Infarto Agudo do Miocárdio HCor, Dr. Leopoldo Piegas.

É infarto ou crise de estresse? Embora sejam minoritários, cerca de 15% dos infartos são causados por uma situação de estresse repentino e muito forte, desencadeado pelo fechamento das artérias coronarianas. “Durante uma crise de estresse, a pessoa pode ter ainda sintomas parecidos aos de um infarto, como falta de ar, coração acelerado e transpiração excessiva. Caso esses sintomas apareçam pela primeira vez, o paciente deve ir imediatamente a um hospital para avaliar se é um infarto, especialmente se ele tiver fatores de risco como diabetes, histórico familiar de doenças cardiovasculares, fumo, hipertensão, má alimentação e sedentarismo. Nesse caso, os sintomas podem se prolongar para dor no peito, no braço esquerdo, costas, mandíbula e estômago”, esclarece Dr. Piegas.

Por outro lado, se o paciente já teve os sintomas várias vezes ao longo da vida, já foi ao médico e não foi diagnosticado nenhum problema no coração pode ser uma síndrome do pânico. “Nesse caso, é importante que seja feito um acompanhamento conjunto com o psiquiatra e também com o cardiologista. Em alguns casos, o estresse pode ter origem familiar ou relação com histórias de vida, mas pode ser também desencadeado por fatos estressantes como vestibular, perda de um ente querido ou casamento. Ele é mais comum em mulheres e na fase adulta”, afirma.

Fuja do estresse e proteja o seu coração!

Segundo o cardiologista do HCor, para evitar que o estresse acumule, a dica é tirar 10 minutos do dia para pensar em uma única imagem e nada mais, como um desenho simples de uma árvore ou uma paisagem, por exemplo – essa técnica ajuda a “limpar” a mente do excesso de preocupações – que podem levar a uma crise de pânico.

Dr. Piegas aconselha, também, sobre a importância de remédios que ajudam a reduzir o risco de infarto, como os de pressão alta, os anticoagulantes e as estatinas (para o colesterol). “Nesse último caso, o medicamento diminui a quantidade de colesterol na corrente sanguínea e evita que se formem placas de gorduras nas artérias. Porém, as estatinas não eliminam as placas que já existem, apenas reduzem a inflamação que elas causam, abrindo maior espaço para o fluxo de sangue”, explica.

É importante ainda que, para reduzir o risco de infarto, o paciente seja o mais ativo que puder e faça exercícios físicos regularmente. Isso porque, além de reduzir o estresse, ao se exercitar, o músculo cardíaco se fortalece e produz novas redes de circulação do sangue, criando caminhos alternativos caso a pessoa tenha um ataque cardíaco”, orienta Dr. Piegas.

Previna-se!

Dr. Piegas do HCor ressalta que combater o estresse é muito importante. “Hábitos e estilos de vida saudáveis, além do cultivo de hobbies para relaxar são fundamentais para blindar as dificuldades a que somos expostos todos os dias”, diz.

O médico também tem um papel importante nesse processo de redução de estresse. “A espiritualidade, emoções e os comportamentos também devem ser analisados, mesmo que por um médico cardiologista. Pois tudo isso diz muito sobre como o paciente vai enxergar e aceitar o tratamento”, finaliza Dr. Piegas.

Sobre o Programa de IAM HCor: uma equipe multidisciplinar composta por médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, farmacêuticos, psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros atuam de forma integrada a fim de melhorar os resultados dos tratamentos, no qual reduz o tempo de internação e a mortalidade, como apoio aos pacientes, seus familiares e aos médicos dos próprios pacientes. No acompanhamento pós alta hospitalar, os pacientes são estimulados a manter a sua aderência ao tratamento e promover mudanças saudáveis de hábitos de vida.

Com o aprimoramento dos cuidados clínicos e atuação dos profissionais de cada área envolvida à serviço do paciente com infarto agudo do miocárdio, esse programa traz um aumento na sobrevida desses pacientes com melhor qualidade de vida. “Além disso, eles recebem apoio psicológico, orientações de fisioterapia e exercícios monitorados, reeducação alimentar, indicação e conselho para largar o tabagismo e todo acompanhamento quando ele receber alta hospitalar”, diz Dr. Piegas.

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