Vacina para pets: 8 ‘verdades’ que te contam, mas que são falsas
Médica-veterinária da UniFAJ destaca a importância de manter as vacinas em dia
As fake news sobre vacinas não afetam apenas os seres humanos — elas também se espalham no universo dos pets, provocando desinformação e colocando em risco a saúde de cães e gatos. Um estudo realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com base em uma pesquisa online, revelou, em 2023, que tutores que não se vacinam contra a Covid-19, por exemplo, têm sete vezes mais chances de também não vacinar seus animais de estimação.
De acordo com a médica-veterinária e docente do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Jaguariúna(UniFAJ), Dra. Aline Ambrogi, manter a vacinação em dia é responsabilidadeexclusiva do tutor e revela a maior prova de amor que se possa ter com seu pet.
“Assim como ocorre com os humanos, a vacina é a forma mais eficaz de manter o seu bichinho protegido contra doenças sérias e que, em estágiosmais avançados, podem levar o pet ao óbito. É preciso que o tutor fique atento aos prazos e levar o seu cachorro ou gato para vacinar anualmente”, revela a especialista.
Segundo a Dra. Aline, as vacinas que devem ser aplicadas anualmente em cães são a raiva, gripe canina (tosse dos canis) e V8 ou V10, que protegemos animais
contra doenças como cinomose,
parvovirose, leptospirose etc. Já em gatos, os reforços anuais devem ser aplicados contra a raiva, além da V3, V4 ou V5, que oferecerem proteção contra a panleucopenia, rinotraqueíte, calicivirose, clamidiose e FeLV.
A médica ainda alerta: “Deixar de reforçar as vacinas anualmente aumenta o risco de o animal contrair doenças potencialmente graves e, em muitos casos, fatais.”
Além da desinformação, a disseminação de fake news influencia diretamente a decisão dos tutores. Segundo o mesmo estudo, enquanto os que mantêm a vacinação em dia costumam buscar informações com médicos-veterinários, aqueles que não vacinam recorrem, em grande parte, a conteúdos da internet e grupos de WhatsApp, aumentando a exposição a informações incorretas.
A médica-veterinária da UniFAJ enumera 8 fake news mais contadas sobre a vacinação de pets. Confira:
1 – A vacina contra a raiva não precisa mais ser aplicada anualmente
Ao contrário do que muitos propagam, a raiva não foi erradicada no Brasil — apenas controlada em áreas urbanas. Ainda há casos em animais silvestres e em regiões rurais. A vacinação anual contra a raiva é obrigatória por lei, sendo uma medida de saúde pública, pois a doença é fatal e transmissível ao ser humano (zoonose).
2 – Animal idoso não precisa tomar vacina
Animais idosos têm o sistema imunológico mais enfraquecido, o que os torna mais vulneráveis a doenças. A vacinação deve ser mantida ao longo da vida, com avaliação do veterinário sobre o estado de saúde do animal.
3 – Uma única dose já protege por toda a vida do animal
A maioria das vacinas tem duração limitada e requer reforço anual para garantir imunidade. O protocolo pode variar conforme o fabricante e a região, mas o reforço anual é a regra geral no Brasil.
4 – Gatos não precisam tomar vacina
Gatos são altamente suscetíveis a doenças infecciosas, especialmente respiratórias e virais. Mesmo gatos indoor devem receber vacinas.
5 – Meu animal não sai de casa, não precisa ser imunizado
Animais indoor também estão expostos a vírus e bactérias trazidos por roupas, sapatos, visitas, objetos contaminados ou outros animais. Além disso, acidentes e fugas acontecem, por isso é melhor que o pet esteja protegido.
6 – Meu animal é vira lata e não precisa de vacina
Independente da raça ou da origem, todo cão e gato precisa estar com a vacinação em dia. As vacinas protegem contra doenças graves e os animais sem raça definida tem as mesma necessidades que os de raça.
7 – Vacinas trazem mais malefícios do que benefícios
As vacinas veterinárias são seguras, passam por testes rigorosos e são aprovadas por órgãos reguladores. Reações adversas são raras, geralmente leves (febre, dor local) e tratáveis. Os benefícios superam em muito os riscos.
8 – Apenas filhotes devem ser vacinados
Filhotes precisam de uma série inicial, mas a imunização deve ser mantida durante toda a vida do animal com reforços anuais. Animais adultos não vacinados ou com histórico vacinal desconhecido devem receber vacinação o quanto antes, seguindo um protocolo específico.