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Reserve um tempo para brincar com seu pet

Durante a quarentena, os animais merecem ainda mais atenção e cuidados

Em tempos de isolamento social, além de se adaptar ao trabalho em casa e cuidar da própria saúde mental e física, o tutor precisa redobrar os cuidados com a rotina dos pets. Mas como evitar que seu animalzinho fique entediado ou agitado demais quando é necessário se dedicar ao home-office?

De acordo com a médica-veterinária Rosangela Gebara, da Comissão Técnica de Bem-estar Animal do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), durante esse período em que não é recomendado sair às ruas, o ideal é substituir a caminhada por brincadeiras dentro de casa.

“Jogar bola no quintal ou, se você mora em apartamento, pode criar jogos com brinquedos interativos, mordedores, bolinhas, bichinhos de borracha ou pelúcia, entre outros, ou enriquecer o ambiente com petiscos escondidos. Para os gatos, é importante oferecer estruturas verticais para que possam escalar ou ainda brincar com varinhas e bolinhas”, enfatiza Rosangela, lembrando que cães e gatos vão continuar precisando de atividade física, por isso é importante que o tutor reserve um tempo do dia para as brincadeiras com eles.

O médico-veterinário Eduardo Pacheco, da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais do CRMV-SP, lembra que a interação com o tutor por meio de brincadeiras faz com que o animal gaste energia e não fique entediado dentro de casa. “Se tiver varanda ou sacada, é importante propiciar o banho de sol para o pet. Fique o mais perto possível, porque nesse período de quarentena a tendência dos pets é ficarem mais felizes pela proximidade com seus tutores”, ressalta.

Passeios e cuidados com a higiene

Nesse momento, a recomendação é evitar sair de casa, mas se o passeio for imprescindível, por exemplo, no caso em que os animais só fazem as necessidades fisiológicas na rua, a sugestão de Rosangela é seguir as recomendações do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) para assim garantir a segurança de todos:

– Os passeios ao ar livre devem ser curtos e focados, só para atender suas necessidades fisiológicas;

– Apenas uma pessoa deve passear com o cão em cada saída;

– Procure lugares menos movimentados e prefira os horários mais tranquilos;

– Evite contato com outros animais e pessoas;

– Na volta para casa, higienize as patas e pelos do pet com água e sabão neutro, de preferência de uso veterinário.

Pacheco lembra, ainda, que, depois do passeio na rua, o álcool 70% embebido em uma fraldinha também pode ser usado para higienizar as patas do animal.

Ambos os profissionais orientam para que o tutor mantenha a rotina de banho. Rosangela destaca que, no caso dos que saem às ruas, além da higiene de patas e pelos, vale até mesmo aumentar a frequência dos banhos utilizando água e sabão ou xampu neutro, sempre respeitando os limites do animal e, mantendo contato constante com o médico-veterinário para tirar dúvidas e receber orientações.

“A frequência dependendo da raça e pelagem, para os animais com pelos curtos o banho pode ser semanal, com pelos longos, quinzenal. E, em seguida, promover a escovação para evitar embaraços na raiz”, explica Pacheco.

Atenção com a saúde

É importante ressaltar que, no momento, não há evidências de que seu animal de estimação possa ser infectado pelo Covid-19. “Cães e gatos podem adoecer por muitas razões, se seu pet apresentar qualquer sintoma diferente, como vômito, diarreia, falta de ar, tosse, feridas abertas ou qualquer alteração que possa comprometer sua saúde ou que tenha risco de morte, ligue imediatamente para seu médico-veterinário antes de levá-lo à clínica”, explica Rosangela Gebara.

Portanto, não deixe de cuidar de seu animal se ele adoecer, mas a recomendação é que não vá à clínica veterinária sem necessidade, a menos que seja orientado a ir. Se o seu animal estiver bem, as consultas de rotina e as cirurgias eletivas podem ser postergadas. “Mas as vacinas são essenciais e não devem passar de seu vencimento, por isso agende com o profissional um horário exclusivo para esse tipo de atendimento”, afirma Rosangela, alertando que clínicas e hospitais veterinários são considerados serviços essenciais e estarão abertos durante o período de quarentena e que os atendimentos nesses locais seguem as normas sanitárias para evitar a contaminação de pacientes e funcionários.

Segundo Eduardo Pacheco, deve haver um canal aberto com o médico-veterinário de confiança, seja por celular ou e-mail para tirar dúvidas. “Os hospitais e clínicas estão abertos, a maioria 24 horas, com equipes preparadas para atender casos de urgência. Quanto à saída para as vacinações é preciso bom senso e cuidado dos tutores, por conta da exposição ao Covid 19. Alguns serviços estão pegando o pet no estacionamento para a realização do procedimento na clínica ou hospital, enquanto o tutor espera no carro”, explica o médico-veterinário.

É preciso manter a alimentação regular

Muitas pessoas começam a se preocupar com a falta de produtos nos supermercados e o sinal de alerta acende também para a ração dos pets e aí vem aquele medo de não encontrar o produto com o qual seu animalzinho está acostumado.

É importante frisar que, no momento, não há motivo para preocupação, segundo a médica-veterinária Rosangela Gebara, o abastecimento de alimentação para cães e gatos está funcionando normalmente e os pets shops estão autorizados a ficarem abertos no estado de São Paulo. “Mas, caso haja necessidade de trocar, tente comprar a ração mais parecida com a de costume e faça a troca de forma gradual, aumentando dia a dia a quantidade da ração nova e/ou seguindo a recomendação do rótulo”, explica.

Portanto, com as mudanças na rotina da casa, o importante é garantir a alimentação regular do pet, mantendo os mesmos horários e tipo de alimentação. Mas é preciso ficar atento, por exemplo, com aqueles animais que estiverem se exercitando menos do que o habitual, como aqueles que costumavam sair com passeadores um ou duas horas por dia.

De acordo com Rosangela, caso esses animais estiverem com uma rotina mais sedentária, é preciso atenção. “O ideal não é simplesmente trocar para prevenir, mas observar se o animal está ganhando peso por conta desse sedentarismo e conversar com o profissional para saber se há opções menos calóricas para que o cão não entre em um quadro de obesidade”, afirma.

“É importante controlar os excessos, pois a rotina do pet está diferente. O excesso pode levar à obesidade, que, tal qual no humano, tem consequências na saúde, como problemas articulares, doenças hormonais, problemas de pele, cardiopatias, entre outros”, conclui o médico-veterinário Eduardo Pacheco, orientando que se evite dar muitos petiscos e alimentos da mesa, alguns inclusive tóxicos aos animais.

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