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Principais dúvidas sobre o Teste da Orelhinha

Quando não diagnosticado precocemente, problema auditivo impacta o desenvolvimento da criança, afetando sobretudo a construção da fala e a aprendizagem global

A audição, um dos sentidos mais importantes para o desenvolvimento da criança, já mostra a sua relevância desde muito cedo, ainda durante a gestação.

Segundo a otorrinolaringologista do Hospital Paulista Renata Garrafa, um mínimo grau de perda da capacidade auditiva pode interferir no desenvolvimento da linguagem e compreensão das informações sonoras que a criança recebe. “É a partir dos sons do corpo da mãe, seus batimentos cardíacos e, também, da sua voz que o bebê começa a trilhar seu longo caminho de aprendizados”, destaca.

Por isso, explica a médica, é fundamental a detecção precoce de qualquer problema auditivo, permitindo que a criança seja tratada o quanto antes, minimizando seus efeitos.

Esse diagnóstico é possível através do exame de Emissões Otoacústicas Evocadas (EOA), conhecido como Teste da Orelhinha. Gratuito e obrigatório em todas as maternidades, o teste deve ser realizado durante os primeiros 30 dias de vida do bebê.

Como funciona o Teste da Orelhinha?

A especialista afirma que o exame é muito rápido e totalmente indolor. “Uma sonda colocada na orelha do bebê, junto de um alto falante e um pequeno microfone, emite determinados sons, enquanto um computador captura e analisa o eco produzido sem que a criança sinta qualquer tipo de incômodo.”

Segundo Renata, cerca de 50% das crianças sem risco conhecido para perda auditiva podem, mesmo assim, apresentar algum grau de perda de audição.

Devido a esse número elevado, torna-se crucial realizar a triagem auditiva em todos os bebês. “Caso exista alguma deficiência de audição, ela poderá ser tratada o mais precocemente possível, evitando prejuízos no seu desenvolvimento”, reforça. 

Por que esse exame é tão importante?

A especialista conta que, quando a criança apresenta qualquer perda auditiva, esse fator impacta na interação social e na sua aprendizagem global, além da construção da fala. Tais fatores podem ser minimizados com o tratamento adequado, possibilitando mais qualidade de vida.

Ela ainda faz um alerta. “Todos os sons que ouvimos ajudam na formação de um sistema sensorial auditivo, que atua no nosso sistema nervoso central. Quando a privação auditiva não é tratada logo nos primeiros anos de vida, esse sistema fica impedido de se formar, um efeito colateral que pode ser irrecuperável na vida adulta.”

Vale lembrar que existem alguns fatores de risco conhecidos para perda auditiva, como infecções congênitas (rubéola e citomegalovírus, por exemplo), necessidade de UTI por mais de 5 dias, uso de medicações ototóxicas, ou seja, tóxicas para o órgão auditivo, entre outras.

Nesses casos, é recomendado também realizar a triagem auditiva com o Exame de Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico (conhecido como PEATE/ BERA). Esse teste pode detectar a menor intensidade de som percebida pela orelha.

“Em todos os casos, a mensagem mais importante para os pais é que atentem para a realização do teste logo no primeiro mês de vida do bebê, preferencialmente antes mesmo da alta da maternidade. O procedimento é extremamente simples e fará toda a diferença no desenvolvimento físico e emocional da criança”, recomenda.

Ela ainda ressalta que, caso o resultado do Teste da Orelhinha feito na maternidade seja inconsistente, apresente dúvidas ou alguma anormalidade, é importante buscar a ajuda de um especialista, que poderá realizar um exame mais completo em clínicas especializadas. “O Hospital Paulista conta com recursos avançados para detectar problemas auditivos até mesmo em graus mais leves”, destaca.

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