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Mastologista do HCor revela que atitudes simples podem ajudar a prevenir Câncer de Mama

 

Em prol do Outubro Rosa, médica recomenda medidas como praticar atividade física, manter uma dieta rica em fibras e balanceada para prevenir o sobrepeso, além de evitar ingestão de álcool e a exposição prolongada a hormônios sintéticos, principalmente, na pós-menopausa 

Dados da OMS revelam que uma a cada oito mulheres pode desenvolver câncer de mama ao longo da vida. Tanto que já é o mais comum entre os que afetam a população feminina em todo o mundo, exceto apenas o de pele. Só no Brasil foram registrados 57.960 novos casos da doença e 14.488 mortes, em 2017, tendo como pontos de maior incidência os estados do Rio de Janeiro (91,25 casos / 100 mil habitantes), Rio Grande do Sul (90,2 casos/ 100 mil habitantes) e São Paulo (69,7 casos/ 100 mil habitantes). “Estima-se que até 80% dos casos de câncer de mama costumam ocorrer entre mulheres que não apresentam fatores de risco, previamente, o que torna o controle da doença ainda mais difícil. Por outro lado, atitudes simples no dia-a-dia podem auxiliar bastante a prevenção do problema”, afirma a mastologista do HCor, Dra Ana Maria Massad Costa.            

Em prol do Outubro Rosa, a médica recomenda algumas medidas. A primeira é adotar uma dieta rica em fibras – que reduz o risco de câncer de mama em até 10% – e bem balanceada, já que um IMC acima de 25 aumenta o risco para a doença. Em seguida, é preciso evitar a ingestão de álcool. Segundo a ginecologista mais que 10g de álcool por dia aumenta o risco para câncer de mama em até 20%. Outra medida importante é não se expor de maneira prolongada a hormônios sintéticos, principalmente, na pós-menopausa. “Também é fundamental realizar atividade física regularmente. Isso porque o mínimo de três horas de exercícios aeróbicos por semana já é capaz de proporcionar um efeito protetor contra o câncer de mama”, revela.      

Fatores não modificáveis  

Atentar para fatores de risco não modificáveis, como mamas densas, irradiação do tórax antes dos 30 anos, histórico familiar e a presença de mutações genéticas no organismo, é mais um conselho da Dra Ana Maria. “Com o conhecimento prévio destes aspectos, os mastologistas podem fazer um seguimento mais rigoroso e adotar condutas mais agressivas, caso necessário, para detecção da doença”, explica. 

A mastologista acrescenta que, de acordo com padrões internacionais, o rastreamento da doença deve ser iniciado a partir dos 40 anos por meio de mamografias anuais. “Para mulheres com risco aumentado esta idade pode ser antecipada para os 30 anos. Porém, estes casos devem primeiramente ser avaliados por um especialista que dará as orientações adicionais para cada paciente, individualmente”, ressalva. 

Tratamento multidisciplinar  

A Dra Ana Maria ainda esclarece que o tratamento do câncer de mama é feito por uma equipe multidisciplinar composta por mastologistas que fazem, tanto a parte clínica, quanto a cirúrgica, oncologistas que atuam na prescrição da quimioterapia, patologistas que analisam as biópsias, radioterapeutas, além de enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos. “Estudos recentes e avanços nos tratamentos têm permitido que as pacientes tenham cada vez mais qualidade de vida, durante o tratamento, assim como a realização de cirurgias menos agressivas seguidas de reconstrução mamária e menos quimioterapia para casos com essa indicação”, completa.

Segunda a Dra Ana Maria, a maioria dos casos ainda tem indicação de cirurgia. Dependendo do tipo do tumor e do estágio da doença, a paciente pode ter indicação de realizar quimioterapia que pode ser endovenosa ou com comprimidos, via oral, cujos efeitos adversos são mais leves. Já a radioterapia está indicada tradicionalmente nos casos de cirurgia conservadora (em que não há necessidade de retirar toda mama) e em alguns casos de cirurgia radical a depender do estágio da doença. “Embora tenhamos diferentes métodos de tratamento à nossa disposição, hoje em dia, a prevenção e diagnóstico precoce ainda são os principais fatores a favor da qualidade de vida das mulheres. Por isso, é muito importante que todas permaneçam atentas à saúde, realizando exames anuais e consultas médicas regulares. Afinal, casos iniciais têm sobrevida acima de 95% em 5 anos”, conclui a mastologista do HCor.

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