Escoliose: grau de curvatura da coluna define tratamento
Em 2024, Hospital Ortopédico AACD realizou 557 cirurgias da doença, mais de 10 mil atendimentos de fisioterapia e entregou cerca de 130 coletes conceito Rigo
– Junho Verde é uma campanha internacional de conscientização sobre a escoliose, condição médica caracterizada pela curvatura anormal da coluna vertebral. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença acomete cerca de 2% da população mundial. No Brasil, aproximadamente 6 milhões de pessoas sofrem com essa patologia. O tratamento varia conforme o grau da curvatura e o estágio de desenvolvimento do paciente.
Fator importante para determinar se o tratamento da escoliose será cirúrgico ou conservador, o grau de curvatura da coluna é determinado a partir de avaliação clínica de médico ortopedista aliada a exames de imagem. Em casos leves de escoliose, com curva entre 10 e 25 graus, recomenda-se acompanhamento médico periódico, além da realização de exercícios específicos de fisioterapia com o intuito de conter a progressão da deformidade na coluna. Consideradas moderadas, para curvas a partir de 25 até 40 graus é recomendado o tratamento conservador, ou seja, sem a necessidade de uma intervenção cirúrgica – com o uso de colete por pacientes que estão em fase inicial de crescimento, somado a sessões regulares de fisioterapia com exercícios específicos.
O tratamento cirúrgico é indicado para os casos mais graves, com curvaturas superiores a 40 graus, geralmente decorrentes de diagnósticos tardios ou da ineficácia do tratamento conservador. “A cirurgia busca corrigir a deformidade e ajustar a estrutura óssea para oferecer mais qualidade de vida ao paciente. Para isso, o médico fixa as vértebras na posição adequada utilizando hastes metálicas, ganchos e parafusos, evitando que a curvatura volte a progredir”, explica o Dr. Alexander Rossato, cirurgião ortopedista especialista em escoliose do Hospital Ortopédico AACD.
“O diagnóstico precoce é fundamental. Por isso, é importante que os pais fiquem atentos aos sinais da escoliose e busquem avaliação médica diante de qualquer suspeita. Assimetria dos ombros e quadris, desvio lateral do tronco e uma saliência, que chamamos de gibosidade – quando o paciente inclina para frente – são sinais de alerta”, orienta Dr. Rossato.
Centro de Referência de Escoliose do Hospital Ortopédico AACD
Em 2024, o Hospital Ortopédico AACD realizou 557 internações e cirurgias para tratamento da escoliose. A forma idiopática, de origem desconhecida e sem associação com outras condições médicas, foi a mais prevalente (52%). Em seguida, vieram os casos neuromusculares (38%), relacionados a doenças como paralisia cerebral, distrofia muscular, amiotrofia, mielomeningocele e poliomielite. A forma congênita, decorrente de malformações nas vértebras ou costelas, respondeu por 6%, enquanto a degenerativa — associada ao envelhecimento e ao desgaste natural da coluna a partir dos 60 anos —, correspondeu a apenas 3% do total.
Considerando o tratamento conservador, a instituição realizou 10,2 mil atendimentos com fisioterapia especializada para escoliose no ano passado. No período, as oficinas ortopédicas da AACD entregaram 135 coletes conceito Rigo, considerado um marco no tratamento da escoliose.
Desde a década de 60, a AACD é pioneira no tratamento da escoliose, tendo hoje um Centro de Referência reconhecido nacionalmente. Com equipe médica especializada, formada por ortopedistas, fisiatras e anestesistas, a instituição disponibiliza ainda apoio multidisciplinar de fisioterapeutas, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e outros profissionais para o tratamento da escoliose.
As cirurgias de escoliose realizadas no Hospital Ortopédico AACD contam com recursos tecnológicos que garantem eficácia e segurança, como o equipamento de imagem 3D O-Arm e o neuronavegador StealthStation S8. Além da visualização tridimensional, esses dispositivos fornecem dados precisos sobre o ângulo, a profundidade e a direção em que o cirurgião insere os parafusos, ganchos e hastes utilizados na correção da coluna.
