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Diabetes e festa junina: como curtir sem sofrer

Pacientes com diabetes devem ficar atentos às comidas das festas juninas

Doces são armadilha para portadores da doença; nutricionista recomenda cautela e prioridade aos pratos feitos com base mais natural

As festas juninas são consideradas a segunda maior comemoração realizada pelos brasileiros, atrás apenas do Carnaval. As celebrações do meio do ano vêm repletas de danças e comidas típicas que dão água na boca como arroz-doce, canjica, pé de moleque, quentão, pamonha, maçã do amor e bolo de milho verde.

Mas quem tem diabetes precisa redobrar os cuidados com alimentos ricos em carboidratos e gorduras. A doença é causada pela falta de produção ou má ação da insulina; hormônio que promove o aproveitamento da glicose como energia para o corpo.

O excesso de açúcar no sangue pode causar diversas complicações à saúde, mas é possível aproveitar as guloseimas do período, substituindo alguns ingredientes. “O ideal é trocar o açúcar das receitas por um adoçante apropriado [para uso culinário], consumir com moderação e nunca exagerar nas porções”, explica a nutricionista do Centro Universitário Integrado, Pâmela Nasser.

A preocupação também vale para as crianças, pois as comidas de festas juninas são coloridas, doces e atraem a atenção dos pequenos.

Números

O diabetes atinge 537 milhões de adultos em todo mundo com idade entre 20 a 79 anos. Até 2030, o número pode subir para 643 milhões e chegar aos 783 milhões em 2045, segundo um estudo da Federação Internacional de Diabetes. Só no Brasil, são mais de 15,7 milhões de adultos diabéticos.

A doença não tem cura, mas o paciente consegue levar uma vida tranquila com alguns cuidados que incluem reduzir o consumo de açúcar e gordura, parar de fumar, manter o peso controlado, comer diariamente verduras, legumes, frutas e praticar exercícios físicos regularmente (pelo menos 30 minutos diários).

Para conscientizar a população sobre a enfermidade e a necessidade do controle da glicemia, o Ministério da Saúde – em parceria com a Organização Mundial de Saúde – criou o Dia Nacional do Diabetes, celebrado em 26 de junho. Coincidência ou não, a data cai justamente no período festivo.

Quanto mais natural, melhor

De acordo com Pâmela Nasser, algumas comidas ricas em carboidratos como pães, massas, arroz, milho, tubérculos, biscoito e doces em geral devem ter consumo amenizado. “Nenhum alimento é proibido, mas é preciso ficar atento às quantidades, pois a totalidade desses alimentos consumidos se transformam em glicose”, explica.

Outra opção sugerida é buscar a versão “integral” de cada ingrediente que vai no preparo dessas comidas. Da mesma forma, recomenda-se consumir diretamente os vegetais em vez dos produtos derivados. Assim, vale trocar o bolo, a paçoca e a pamonha pelo milho; o pé de moleque pelo amendoim e a mandioca cozida.

A seguir, a nutricionista – que também é Mestre em Ciências de Alimentos – recomenda quatro receitas simples que podem ser feitas em casa, mantendo o sabor e que ajudam os diabéticos nos cuidados alimentares.

Bolo de milho verde

3 ovos

1 lata de milho verde escorrido (usar o milho natural e medir na lata)

1 xícara de leite desnatado (200ml)

1 xícara de adoçante em pó para culinária

7 colheres (sopa) de fubá (80g)

½ xícara de óleo de canola

1 colher (sopa) de fermento químico em pó

Bata todos os ingredientes no liquidificador (exceto o fermento, que deve ser misturado à mão) e despeje em uma forma de pudim de 18 cm de diâmetro (untada e polvilhada com farinha de trigo). Asse em forno pré-aquecido a 180ºC por aproximadamente 40 minutos. Rende 12 porções

Quentão sem álcool

2 xícaras de água

2 limões cortados em rodelas

1 laranja fatiada (opcional)

½ colher (chá) de gengibre ralado

2 a 3 cravos-da-índia

Canela em pau a gosto

Adoçante próprio para uso culinário (opcional, pois o suco de uva é bem adocicado)

1 litro de suco de uva integral

Misture todos os ingredientes em uma panela e leve ao fogo. Ferva por cerca de 20 minutos e sirva quente. Rende 6 porções.

Arroz doce

1 xícara de arroz integral

7 xícaras de água

2 colheres (sopa) de creme de leite

2 colheres (sopa) de leite em pó desnatado

2 colheres (sopa) de adoçante culinário

Canela em pó para polvilhar

Em uma panela de pressão, coloque o arroz integral e a água. Cozinhe o arroz até que ele fique bem macio (se for necessário, coloque mais água).

Quando estiver pronto, coe o arroz para retirar todo o líquido. Em um pote, coloque o arroz e depois acrescente o creme de leite, o leite em pó e o adoçante. Polvilhe a canela como preferir e sirva! Rende 6 porções.

Canjica

500 gramas de canjica

1 ½ xícara (chá) de leite em pó desnatado

1 ½ xícara (chá) de água

4 xícaras (chá) de leite desnatado

1 xícara (chá) de adoçante para uso culinário

1 vidro de leite de coco light

2 unidades de canela em pau grande

5 unidades de cravo-da-índia

1 colher (sopa) de margarina light

Deixe a canjica de molho em água, na véspera do preparo. Cozinhe-a em água suficiente por cerca de uma hora e meia a duas horas em panela comum ou de 30 a 45 minutos em panela de pressão com o cravo e canela.

Bata o leite com o leite em pó, o adoçante e o leite de coco no liquidificador. Quando os grãos da canjica estiverem macios, junte o batido de leite e a margarina e deixe ferver, mexendo de vez em quando para não grudar no fundo.

Ferva por cerca de 10 minutos, desligue o fogo, deixe descansar por uma hora antes de servir. Rende 10 porções.

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