1

Sífilis congênita ainda é um problema sério

Sífilis congênita ainda é um problema sério

A sífilis congênita é uma doença evitável, causada pela disseminação pelo sangue da bactéria Treponema pallidum, com alto risco de transmissão ao feto quando a gestante contaminada não é testada durante o pré-natal ou na ausência de tratamento adequado. Podendo ocorrer em qualquer etapa gestacional, a doença é transmitida pela placenta (transmissão vertical) e, em casos mais raros, durante o nascimento, por contato direto com lesões de sífilis no canal de parto.

Conforme explica a pediatra Lilian dos Santos Rodrigues Sadeck, membro do Departamento de Neonatologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), O diagnóstico e o tratamento da mãe são essenciais, uma vez que a doença pode resultar em aborto, nascimento prematuro e bebês com baixo peso. “A gestante é considerada adequadamente tratada quando a terapia for compatível ao estágio da doença. O prognóstico da sífilis congênita está ligado à gravidade da infecção intrauterina e à época em que o tratamento foi instituído; portanto, quanto mais precocemente tratar, menor será o prejuízo para o recém-nascido”, esclarece a médica.

Entretanto, ela diz que quando ocorre a transmissão para o feto, mais de 70% das crianças com sífilis congênita são assintomáticas ao nascimento. “Por isso é muito importante a triagem sorológica da mãe e do recém-nascido ainda na maternidade. Todas as gestantes devem realizar o teste rápido para sífilis e coleta de sangue periférico de todos os recém-nascidos cujas mães apresentaram VDRL reagente na gestação, no parto ou na suspeita clínica de sífilis”, orienta.

Entre os sintomas da sífilis congênita precoce, a neonatologista cita a anemia, aumento do fígado ou do baço, icterícia, lesões de pele nas palmas das mãos e plantas dos pés, secreção nasal serossanguinolenta, meningite e alterações radiológicas, como lesões ósseas. “Já na sífilis congênita tardia, as manifestações incluem dentes incisivos medianos superiores deformados (dentes de Hutchinson), mandíbula curta, ceratite intersticial e distúrbio auditivo, alterações oftalmológicas, dificuldade de desenvolvimento e aprendizado etc.

Segundo a pediatra, a medida de controle da sífilis congênita mais efetiva é toda gestante ter uma assistência pré-natal adequada. Para isso, é essencial a realização de, no mínimo, seis consultas com atenção integral qualificada, uso de preservativo nas relações sexuais durante a gestação, tratamento adequado da gestante e do parceiro, entre outras. “Só com a atenção pré-natal qualificada e estendida a todas as gestantes será possível reduzir os índices de sífilis materna e, consequentemente, os casos de sífilis congênita”, conclui Lilian.

Comente sobre esta matéria ;)