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Preservação do Rio Jacaré movimenta turismo sustentável em Brotas

De “tratado” a investimentos, preservação do “Rio Jacaré” movimenta turismo sustentável em Brotas

Monitoramento hidrográfico e mobilização popular mantêm intacto responsável por um quarto da atividade turística

Se Brotas é hoje um ponto no mapa de São Paulo marcado a todo momento nas redes sociais por visitantes de várias localidades, esta reputação teve suas linhas iniciais definidas na história ainda na década de 90, quando o protagonista de seu potencial turístico, o rio Jacaré-Pepira Mirim, foi ameaçado pela possibilidade de ser degradado pela atividade industrial. Hoje, um dos rios mais limpos do estado de São Paulo é um patrimônio do município, que mobiliza da população ao setor público e iniciativa privada para mantê-lo preservado.

Em 2021, somente as atividades diretamente ligadas ao rio, rafting e boia-cross, representaram 24% das atividades de turistas em busca dos atrativos oferecidos por operadoras credenciadas. O planejamento que acompanha o desenvolvimento do município e o aquecimento do mercado imobiliário, demanda investimentos para o tratamento de esgoto.

“Brotas é comprometida com o saneamento ambiental e foca na neutralização de riscos de poluição dos rios. Tanto que a Secretaria de Turismo irá destinar R$ 2 milhões de recursos para ampliar a rede de captação e tratamento de esgoto da cidade. É uma medida que mantém o respeito e a consciência de que o meio ambiente está entre as prioridades para a economia e bem-estar da população”, afirma Fabio Pontes, secretário de Turismo de Brotas.

Monitorado

Há mais de três décadas, a população e o setor público mantêm um “tratado” para que o “Jacaré” esteja sempre limpo. Na época, quando havia forte mobilização para a instalação de um curtume na cidade, que iria levar ao despejo de poluentes no leito, houve forte comoção social e um grupo de jovens iniciou estudos para dimensionar o impacto catastrófico que a atividade iria causar na região.

Hoje, as empresas que utilizam o rio para o rafting e boia-cross fazem mutirões de limpeza, com o uso de botes para recolher qualquer resíduo despejado por “sujões”. A orientação para conscientizar turistas e a população a não dispersar lixo no rio é constante.

Agora, um estudo encomendado pelas secretarias municipais de Meio Ambiente; Agricultura; e de Turismo, vai atualizar o diagnóstico sobre a saúde do Jacaré Pepira. Pelo monitoramento hidrológico, realizado por engenheiros ambientais, serão detalhadas as fontes de atividades econômicas exercidas em suas margens.

“Brotas tem sua economia centrada no turismo e na agricultura. Estas atividades confluem com a necessidade de planejar o uso consciente deste recurso hídrico. Só assim o Jacaré Pepira seguirá seu curso preservado”, conclui Fabio.

A origem do nome

A pergunta frequente entre os turistas tem resposta. Jacaré Pepira é nome de origem tupi-guarani. Significa “o jacaré esfolado”, uma referência ao curso torto do rio e à presença de muitas pedras escuras, que aparecem em trechos mais rasos, que lembram o revestimento córneo do dorso do réptil.

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