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Fogos de artifício causaram mais de 5 mil internações em 10 anos

Nas festas de fim de ano, todo cuidado é pouco para não estragar as comemorações, alerta SBCM

Está dada a largada para as festas de fim de ano e uma das maneiras mais tradicionais de celebrar o Natal e o Ano Novo é com a queima de fogos de artifício. Mas as comemorações podem acabar mal – e muito – com o manuseio inadequado desses artefatos. Em 10 anos (de 2008 a 2018), foram registradas 5.586 internações e 85 óbitos em decorrência do ato. Neste ano, de janeiro a outubro, já foram 409 internações e 3 mortes. Os dados são do DataSUS (banco de dados do Ministério da Saúde).

Mais do que queimaduras, os fogos de artifício podem causar lesões com lacerações, cortes e até amputações de membros. “Os fogos de artifício são um espetáculo para os olhos, mas um grande perigo para as mãos”, fala o presidente da SBCM (Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão), Dr. Marcelo Rosa de Rezende.

As mãos e punhos têm estruturas complexas, de grande importância no corpo, pois são formados por muitos ligamentos, ossos, nervos que propiciam sensibilidade e comandam os movimentos dos músculos e tendões, além de importantes artérias que irrigam os membros. “Uma lesão, trauma ou amputação traz graves consequências para a vida das pessoas, como por exemplo, o afastamento do trabalho, o que causará um impacto econômico para família”, pontua o especialista.

Se cercar de cautela e atenção é essencial para que as festas possam seguir em segurança. “O ideal é que os artefatos sejam acionados com o uso de suportes, algum objeto prolongável entre a mão e o artefato, mas nunca segurados diretamente nas mãos”, salienta.

Cuidado com as crianças

A curiosidade das crianças e o fascínio que o colorido dos fogos exerce sobre elas fazem com que os pequenos queiram estar próximos dos adultos no momento do lançamento dos artefatos. Mas elas devem ser mantidas afastadas do local e os pais ou responsáveis precisam ficar atentos sobre onde estão e de que forma estão se divertindo, para evitar acidentes.

“Cuidado também com as biribinhas (bombinhas que estouram quando lançadas ao chão). As faíscas podem atingir substâncias com potencial para incêndio e provocar acidentes”, alerta o Dr. Marcelo.

Outras recomendações

Para aqueles que querem manter a tradição com a soltura de fogos de artifício, algumas medidas são essenciais para garantir a alegria das festas:

– Nunca use materiais de fabricação caseira;

– Compre fogos de artifício apenas em lugares especializados;

– Atente-se para o tipo e a quantidade de pólvora existente no produto, pois quanto mais pólvora, maior é a periculosidade e potência do mesmo;

– Siga atentamente as instruções do fabricante (transporte, uso, armazenamento, composição, data de validade e os riscos que os fogos podem causar);

– Não solte fogos perto de fiações elétricas ou sob copas de árvores. Prefira locais abertos, de preferência em áreas amplas e sem vegetação por perto;

–  Jamais aponte o artefato para as pessoas e verifique se não existem materiais combustíveis nas proximidades.

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