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Planta ornamental comum pode causar intoxicação fatal em animais

Casos recentes reacendem atenção para os riscos da Cica Revoluta, espécie amplamente cultivada em áreas verdes e residenciais

“Todas as partes da planta são venenosas, principalmente as sementes, que contêm cicasina, um composto que afeta gravemente o fígado”, explica Marcelo Quinzani, médico veterinário do Grupo Pet Care. “A toxina, quando metabolizada, libera methylazoxymethanol (MAM), substância capaz de causar danos hepáticos severos e, em muitos casos, alterações neurológicas. Mesmo pequenas quantidades ingeridas podem levar à insuficiência hepática aguda”, finaliza.

A intoxicação costuma ocorrer com animais jovens, ativos ou curiosos, que têm acesso a jardins, vasos ou áreas verdes. A planta não é atrativa pelo sabor, mas pode ser mordiscada durante brincadeiras ou por tédio. Os sintomas aparecem em poucas horas e incluem vômitos, diarreia com ou sem sangue, letargia, falta de apetite, icterícia, tremores, convulsões, urina escura e dor abdominal. A semente da Cica, especialmente a camada externa chamada sarcotesta, é considerada a parte mais tóxica e mesmo uma pequena porção pode ser fatal para animais de menor tamanho.

O tratamento para intoxicação por Cica é exclusivamente sintomático, já que não existe antídoto específico. “Quanto mais rápido for o atendimento médico, maior a chance de evitar a falência hepática, que é o desfecho mais grave nesses casos”, destaca Quinzani.

O que fazer em caso de suspeita

O tutor deve procurar imediatamente assistência veterinária. Levar uma foto ou parte da planta ingerida ajuda no diagnóstico e acelera a tomada de decisão clínica. A orientação é que tutores estejam atentos à presença da Cica Revoluta em áreas públicas, jardins de condomínios, praças, parques e canteiros comerciais, pois a espécie é de fácil acesso e frequentemente utilizada em paisagismo.

A prevenção envolve evitar o cultivo dessa planta em residências com animais e supervisionar passeios em locais onde a vegetação ornamental esteja ao alcance. Identificar as espécies presentes nos ambientes frequentados pelo animal e ensinar comandos básicos como “não” e “solta” também ajuda a reduzir o risco de acidentes

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