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Os quatro principais mitos do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

Veja os equívocos que os médicos mais ouvem nos consultórios – e porque todo mundo poderia ajudar a combatê-los.

No dia 13 de julho é celebrado o Dia Mundial do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), que de acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA) é um distúrbio neurobiológico, de causas genéticas, que se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. A data é uma oportunidade de, anualmente, levar conhecimento à população em geral sobre o tema e desmistificar diversos conceitos – e preconceitos – que o senso comum dissemina em torno do assunto.

Nos últimos anos, muito se falou sobre o transtorno. O problema é que informações incorretas acabaram ganhando popularidade. Conheça a seguir os principais mitos relacionados ao TDAH elencados pelo Dr. Daniel Segenreich, médico e doutor pelo Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do RJ e vice-presidente da Associação Brasileira do Déficit de Atenção.

  1. O TDAH não existe, é uma doença inventada

De acordo com o especialista, por incrível que pareça essa é uma afirmação muito comum. Muitas pessoas acham que o TDAH é frescura, preguiça, timidez. “Assim como outros transtornos, há muito preconceito relacionado à doença e ao paciente, que acaba se sentindo intimidado a falar sobre o problema por vergonha ou medo de rejeição por parte de outras pessoas”, explica o Dr. Segenreich.

Fato é que o Transtorno do Déficit de Atenção é reconhecimento pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença que precisa de tratamento para promoção de qualidade de vida ao paciente, possibilitando desempenhar normalmente suas funções de rotina. 

  1. O TDAH é um transtorno exclusivo da infância

Segundo o Ministério da Saúde, o Transtorno do Déficit de Atenção é um problema que pode acometer tanto crianças quanto adultos. Em muitos casos, se inicia na primeira infância e acompanha o indivíduo ao longo de toda a vida.

  1. O TDAH é um transtorno pouco comprometedor, um problema leve

“Se não tratado, o Déficit de Atenção pode não só comprometer a rotina de uma pessoa, como também ser fator de risco para o desenvolvimento de outros problemas, como crises de ansiedade, dependência química e demais transtornos neurológicos.”, alerta o psiquiatra.

Além disso, o Dr. Segenreich explica que o indivíduo com TDAH pode enfrentar diversas dificuldades com atividades simples da rotina de qualquer pessoa, como encarar uma longa fila ou apresentar até uma inquietude física que o impeça de se manter em sua estação de trabalho durante o período de expediente.

  1. A utilização excessiva de dispositivos eletrônicos e mídias digitais provoca TDAH

“Esse é um mito que tem se tornado cada vez mais comum. De fato, há sim um aumento nos casos de comportamento de desatenção decorrentes da utilização dos smartphones e redes sociais. Porém, é equivocado dizer que esse comportamento é similar ao TDAH ou classificá-lo como Transtorno. É muito importante e necessário fazer essa separação”, diz o especialista.

O profissional ressalta ainda que para diagnosticar o TDAH, é necessária uma investigação e acompanhamento de um médico especialista nesse Transtorno. “Alguns dos principais sintomas incluem dificuldade de sustentar atenção e foco, limitação para executar diferentes atividades ao mesmo tempo ou fixar-se em alguma atividade específica para finalizá-la com excelência, prejuízo de desempenho em atividades mais longas, além de inquietude física e mental ou agitação não relacionadas à ansiedade e impulsividade ou descontrole das próprias ações.”, completa o médico.

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