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Hospital Paulista pede atenção à perda de audição em idosos

Ao ser minimizado, problema pode comprometer a capacidade cognitiva do paciente

Comemorado no segundo domingo de agosto, o Dia dos Pais deste ano será diferente. Em meio à pandemia de Covid-19, muitos filhos não poderão visitar os pais idosos ou o farão com cuidado redobrado. Independentemente do cenário, o Hospital Paulista alerta sobre a perda auditiva, que pode atingir até 40% dos adultos com mais de 65 anos.

A perda de audição na velhice, muitas vezes, é considerada como um sintoma comum e inofensivo pelos familiares. No entanto, para a fonoaudióloga do Hospital Paulista Christiane Nicodemo, há um risco relevante associado ao não tratamento da desordem.

“Já sabemos que a perda da audição não tratada aumenta o declínio cognitivo do idoso. Isso pode, por exemplo, desencadear um quadro de ansiedade, tristeza ou até mesmo de depressão, por conta do isolamento do convívio social e da perda da habilidade de aproveitar os sons ou a voz das pessoas”, explica Christiane.

Segundo a especialista, há também idosos que, mesmo necessitando de aparelhos auditivos, nunca os utilizam por diversas razões, como a negação do problema, o preconceito e a falta de informação. “Outros não procuram ou não aceitam ajuda, desenvolvendo sentimentos de ansiedade e frustração, que podem levar facilmente a um quadro depressivo”, destaca. O diagnóstico e tratamento precoces aumentam as chances de reverter a situação e evitar complicações.

A fonoaudióloga ressalta ainda que a perda da audição pode ser um sintoma de uma doença mais grave. Dessa forma, menosprezar sua ocorrência pode gerar um risco significativo para a saúde dos idosos.

“Pessoas com diabetes têm 20% mais de chances de desenvolver a perda da audição. Quem tem pressão alta, além de perder a audição, pode registrar zumbido. Pacientes com labirintite também têm sua situação agravada se não tratarem uma possível perda de audição. Tudo vai piorando se não houver um diagnóstico e o problema não for tratado. O diagnóstico precoce é muito importante. É um diferencial na qualidade de vida do idoso”, completa.

Um “simples” problema de perda de audição, ao relacionar-se com outras doenças, pode ser determinante para piorar de forma significativa a qualidade de vida do idoso. Conforme explica a fonoaudióloga, é preciso tratar todos os problemas e não apenas aquele considerado “mais grave”, como diabetes e pressão alta.

Quem convive com o idoso, ou o visita com determinada frequência, deve atentar-se a alguns sinais do dia a dia, que podem indicar problemas na audição. Entre eles: 

– o volume da televisão: se você se incomoda com o volume do aparelho, é muito provável que o idoso esteja assistindo à TV com um ruído mais alto do que o recomendado. 

– a memória: problemas de memória podem estar relacionados a dificuldades de audição. Você diz algo ao idoso, ele não ouve, e é cobrado posteriormente como se estivesse ciente do assunto. 

– o isolamento: idosos com perda de audição tendem a isolarem-se de familiares e amigos, ou permanecem mais calados durante os encontros. Isso porque sentem-se constrangidos por não conseguirem conversar adequadamente. Esse comportamento pode levar a um quadro de depressão.

– a desorientação: idosos com problemas de audição sem tratamento costumam apresentar prejuízo na capacidade cognitiva. 

– a situação de outras doenças: diabetes, hipertensão e labirintopatias são condições que podem agravar a perda de audição do idoso. Todos os tratamentos devem ser feitos corretamente, com auxílio e acompanhamento dos profissionais médicos responsáveis por cada especialidade.

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