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Impactos do isolamento social nos hábitos sexuais

Quais foram os impactos que o isolamento social causou nos hábitos sexuais dos casais?

Pesquisa feita pelo Gleeden aponta as mudanças e os desafios pelos quais casais passaram ao longo da quarentena

Qual foi o impacto do isolamento social para os casais? O que deve mudar neste ano em relação a hábitos sexuais? Para responder a essas perguntas, o Gleeden, portal de encontros extraconjugais feito por e para mulheres, realizou a pesquisa “Gênero, sexualidade e saúde sexual”, com auxílio do Instituto Francês de Opinião Pública (Ifop). No estudo, foram analisados a evolução e o comportamento sexual dos usuários da plataforma devido ao Covid-19 e a quarentena.

Embora seja verdade que, durante os meses difíceis da pandemia e do confinamento, todos os hábitos, inclusive o sexual, foram afetados com o relaxamento das restrições e o retorno à “normalidade”, há uma melhora na atividade erótica e no desempenho, com níveis muito próximos aos observados antes da crise de saúde que afetou o mundo.

As relações sexuais aumentaram nos últimos meses, e ainda que isso afete casais confinados sob o mesmo teto (aumentando de 79% para 83% entre abril e dezembro), houve um aumento significativo nas relações íntimas entre pessoas solteiras (passando de 35% a 61%) e pessoas com um parceiro, mas que não vivem sob o mesmo teto (o número foi de 42% para 77%).

Além disso, outro fator a ser levado em consideração é o teletrabalho. O home office tem ajudado a recuperar a atividade sexual mesmo durante o horário de expediente, principalmente entre os jovens com menos de 25 anos, apontou o estudo. Isso se deve à possibilidade de que as pessoas passam mais tempo em casa e, consequentemente, na companhia do parceiro.

Segundo François Kraus, do Ifop: “este ressurgimento da atividade sexual em um contexto de esgotamento psicológico generalizado também pode ser interpretado como a necessidade de preencher um vazio emocional agravado pela escassez de relações sociais. Os dados mostram que em tempos de desastre, o sexo, sozinho ou com o parceiro, pode constituir um comportamento compensatório que permite descomprimir em situações de ansiedade”.

E o que mudou nos hábitos dos casais?

De acordo com a pesquisa, para as pessoas em um relacionamento, o estresse geral e as condições de confinamento – como a ausência de intimidade, forte promiscuidade ou a presença constante do parceiro – também podem ter um impacto negativo sobre a libido, com o índice podendo chegar a 32%.

Em termos de fragilidade conjugal para quem se relaciona, 15% dos entrevistados reconhecem que o confinamento foi uma verdadeira tortura para o casal a ponto de pensarem em romper com o parceiro. Além disso, os mais impactados pelo confinamento são os jovens (32%), muitos dos quais tiveram as primeiras experiências de vida conjugal constante e intensa.

“Num contexto de deterioração geral da moral e das interações sociais, o sexo parece antes desempenhar um papel de conforto, especialmente para os franceses, para os quais o casal continua a ser uma forma de refúgio, um aposta segura para superar a crise”, acrescenta Kraus.

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