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Agosto Dourado: amamentação reduz em 13% risco de obesidade

Combinado com o incentivo à vida ativa desde a infância, aleitamento materno contribui para vida adulta mais saudável

O Agosto Dourado é dedicado à proliferação de informações sobre a importância do aleitamento materno. Além dos benefícios imediatos para a saúde da criança, como a prevenção de infecções e alergias, a amamentação traz vantagens a longo prazo. Exemplo é que a alimentação com leite da mãe reduz em 13% o risco de obesidade, conforme estudo publicado pela Fundação Acta Paediatrica, da Suíça, e divulgado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) em 2018.

Presente no alimento materno, o hormônio leptina inibe o apetite, fazendo com que a criança desenvolva o sistema de saciedade. “Com isso, ela mama apenas o necessário para sua nutrição, sem excessos, o que ocasiona na autorregulação do apetite”, explica Rafael Canedo, médico atuante na pediatria há 10 anos e sócio da Baby Gym Santo André. “Dependendo do tempo que a pessoa foi amamentada, este sistema pode durar a vida toda, evitando a obesidade”, completa.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) determina que os bebês devem consumir apenas o leite materno até os 6 meses e, até os 2 anos, outros alimentos precisam ser introduzidos como complemento. “O colostro (leite produzido nos primeiros dias após o parto) ajuda na imunização e no desenvolvimento do intestino”, afirma Canedo. “Já o leite maduro, contém proteínas, lactose, vitaminas, minerais, água e gordura, ou seja, tudo que o pequeno precisa no primeiro semestre de vida.”

Segundo o médico, para combater a obesidade desde a infância, as pessoas devem ser incentivadas à vida ativa desde cedo. “Mesmo antes do bebê engatinhar, é possível ajudá-lo em movimentos de agarrar, puxar e empurrar, além de auxiliá-lo a mexer a cabeça, o tronco e os membros durante brincadeiras supervisionadas no chão”, orienta. Até os 6 anos, estes estímulos também contribuem para o desenvolvimento psicossocial, dado que contribuem na formação da conexão entre neurônios e no desenvolvimento do cérebro de modo geral.

Para se ter ideia, o risco de uma criança obesa se tornar um adulto obeso é de 40%, enquanto a prática regular de exercícios físicos colabora com a diminuição do risco de desenvolver diversas doenças ao longo da vida, tais como hipertensão, problemas cardíacos e diabetes. Vale destacar que, para saber quais estímulos, exercícios e alimentos são recomendados para cada faixa etária, a indicação é buscar orientação profissional.

AGOSTO DOURADO

Por definição da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a campanha Agosto Dourado foi lançada em 2017. O nome foi escolhido porque a OMS considera o leite materno como o ‘alimento de ouro’ para a saúde dos bebês. Para a mulher, há diversos benefícios, a exemplo da redução das chances de câncer de mama e ovário, prevenção de anemia, aumento da segurança acerca da maternidade e favorecimento do emagrecimento.

A amamentação também contribui em outros aspectos, como o vínculo entre a mãe e a criança, melhora na formação da boca e alinhamento dos dentes por causa do ato de sucção, além de influenciar na inteligência – de acordo com a cartilha produzida pela Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, quanto mais tempo a pessoa foi amamentada, maiores os níveis de inteligência, escolaridade e renda.

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