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Vamos falar sobre a voz?

O que mais se encontra na internet e em revistas são dicas de como cuidar fisicamente do seu corpo e manter um estilo de vida saudável. Mas já leu algo sobre cuidados com a voz? Muitas vezes, a devida atenção que ela merece fica em segundo plano.

Por isso, em comemoração ao Dia Mundial da Voz (16 de abril), o Dr. Domingos Tsuji, otorrinolaringologista do Hospital Paulista, aproveita para conscientizar o público sobre a importância dos cuidados com a voz.

Mas o que é a voz?

A voz é o som ou conjunto de sons gerados pelos seres humanos graças à interação do fluxo de ar pulmonar com o aparelho fonador. É um importante instrumento de comunicação e expressão de ações, desejos e emoções, dando vida às palavras e frases.

Confira alguns hábitos para melhorar a saúde vocal:

  • Beba água

Beba, ao longo do dia, 7 a 8 copos de água, em pequenos goles. Se estiver em ambientes com ar condicionado, reforce a hidratação para manter as cordas vocais limpas e úmidas.

  • Cuidado com a comida

Alguns alimentos são capazes de alterar a saúde vocal e uma alimentação saudável ajuda a prevenir o refluxo, que é prejudicial à laringe e às cordas vocais.

  • Aqueça a voz

Se você sabe que vai falar durante um longo período de tempo, faça exercícios de aquecimento vocal e desaquecimento vocal.

  • Não se automedique

Existem fármacos – como os anti-histamínicos, diuréticos, descongestionantes nasais e antidepressivos – que podem afetar a voz.

  • Evite usar roupas apertadas na zona do pescoço e cintura

As roupas apertadas junto da zona do pescoço e cintura limitam os movimentos necessários para a respiração e fonação.

  • Atenção à forma de falar

Fale suavemente, de forma pausada, respirando de modo adequado. Ações como gritar, por exemplo, devem ser evitadas, pois o impacto causado por um grito pode lesionar as cordas vocais.

Importante!

  • Evite o uso de cigarros, principalmente durante o período em que se encontra com rouquidão, pois a fumaça passa direto pelas cordas vocais ressecando a área e causando irritação.

As dicas acima são importantes para a prevenção de diversos problemas que podem afetar a voz, como:

Disfonia – significa qualquer alteração na qualidade vocal, que deixa de ser normal, e passa a ter características como aspereza, fraqueza, soprosidade, instabilidade, etc. Geralmente é causada por abusos vocais ou maus hábitos, como consumo excessivo de álcool e cigarro, além de  falar e cantar demasiadamente sem realizar um preparo vocal adequado.

Rouquidão – é uma mudança na qualidade da voz, caracterizada pela presença de irregularidades, “rugosidade” e aspereza, geralmente acompanhada da sensação de falta de ar ao falar, podendo ser crônica ou aguda. Na grande maioria dos casos, está associada às doenças respiratórias (rinite, gripes, resfriados, etc.).

Câncer na laringe – ou tumor maligno da laringe é uma doença grave que atinge as cordas vocais ou qualquer outra estrutura da laringe. Como consequência, um dos sintomas mais presentes é a rouquidão. O diagnóstico em um estágio precoce (inicial) aumenta muito as chances de sucesso no tratamento, podendo chegar a mais de 95% de cura completa.

Refluxo – o refluxo gastresofágico é o retorno do ácido do estômago para o esôfago, podendo subir até a garganta, especialmente quando dormimos. Esta ocorrência pode causar sintomas como inflamações, irritações, rouquidão, dor, pigarro, sensação de “bola” presa na garganta e outros.

Laringite – inflamação da laringe e das cordas vocais, normalmente ligadas a doenças respiratórias.

Calos e Pólipos – nódulos e lesões causadas por abuso vocal, que são geralmente tratadas com terapia da fala, repouso e, quando persistentes, com cirurgia.

Apesar de todas as orientações, alguns deslizes podem ser cometidos, mas não se desespere e tenha atenção. “Fique atento à sua voz e, caso tenha alguma alteração que não melhore completamente em três semanas, procure um otorrinolaringologista para verificar o que está ocorrendo. Quando detectado no início, até mesmo problemas vocais mais sérios podem ser tratados”, finaliza o especialista em otorrinolaringologia do Hospital Paulista.

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