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Saiba como reabilitar e cuidar de um cão agressivo

Especialista em comportamento animal explica como o comportamento do dono tem ligação com o comportamento do pet e passa orientações importantes para lidar com cães que demonstram diferentes graus de agressividade. Tratamento é fundamental para evitar transtornos maiores.

São Paulo, 17 de novembro de 2016 – A agressividade é uma questão séria enfrentada por donos de pets, e que pode ter causas diversas. É comum que animais que tenham sido vítimas de maus-tratos fiquem agressivos, mas, ao contrário do que muitos pensam, essa não é a única causa possível para esse problema de comportamento.
“Há diversos motivos e graus de agressividade de um cão, e para um diagnóstico adequado, é preciso fazer um estudo detalhado do comportamento do animal. Por meio da observação da forma com que o cão reage e interage com pessoas, outros animais e estímulos, é possível identificar a causa”, explica Cleber Santos, adestrador e especialista em comportamento animal que está à frente da equipe ComportPet.
Independentemente de o animal ser de pequeno ou de grande porte, o especialista alerta que um comportamento hostil sempre envolve riscos e pode causar transtornos para os donos e para a sociedade em geral. “Por isso, antes de tentar controlar a agressividade do animal, os tutores devem contar com o auxílio de um profissional, que ficará atento aos sinais, entenderá a raiz da agressividade e tratará imediatamente, junto com o dono, desse comportamento, com carinho e técnicas corretas”, afirma Cleber.
O especialista cita alguns sinais de agressividade, aos quais é importante ficar atento se o cachorro:
Mantêm as orelhas voltadas para trás e não abana a cauda

Rosna quando alguém se aproxima dele, da sua comida ou de objetos que gosta, como brinquedos

Late muito ao ouvir barulhos ou ao ver pessoas ou animais estranhos

Não gosta de brincar nem de ser acariciado

Apresenta comportamento antissocial, ficando muito tempo isolado

Causas
O especialista indica algumas das possíveis causas para a agressividade:
Dominância: Pode ocorrer quando os donos não conseguem mostrar ao cão quem é o líder, ou seja, que quem manda é o dono e não o cachorro. Os cães, assim como membros de qualquer matilha, precisam seguir um líder. Quando não conseguem identificar uma presença que se torne referência para eles, assumem a liderança, ficando mais agressivos.
Medo: Cachorros com medo podem reagir agressivamente. Quando o cachorro está sob estresse e se sente sem saída – como ao levar um susto ou receber castigo corporal severo – ele pode reagir com violência. Por isso, o cão nunca deve ser repreendido com agressão ou gritos. “Agir dessa forma é um grande erro, pois, além de não educar o cão, o dono ainda estimula a agressividade do animal”, explica Cleber Santos.
Marcação de território: Pode acontecer quando uma pessoa ou outro animal chega perto de um determinado objeto do cão, como brinquedo, comida, sua cama ou casinha. “O ideal é demonstrar ao cão que não precisa ficar defendendo um determinado objeto. Para isso, é indicado, por exemplo, recompensá-lo com petiscos sempre que ele se mantiver calmo quando alguém se aproximar de seus objetos ou de seu território”, ele ensina.
Reabilitação
Uma vez observados os sinais e feito o diagnóstico, que deve se feito por um profissional especializado em cuidados com os pets, Cleber Santos explica que a terceira etapa é partir para a reabilitação do animal. “Isso pode ser feito usando diversas técnicas de adestramento, socialização, treinos de obediência e musicoterapia, uma ferramenta que utiliza a música e a cada dia vem sendo mais utilizada para acalmar os animais”, ele explica.
De acordo com o especialista, exercícios de obediência ajudam o cachorro a entender que o dono é o líder, o que ajudar a diminuir a agressividade. “São hábitos que devem ser incorporados no dia a dia. Ou seja, quando sair para um passeio, o cão deve ser ensinado a não puxar, por exemplo. O próprio adestramento básico, de início, já ajuda a tornar o cão mais obediente”.
Comunicação
Outra questão importante, segundo Cleber, é a comunicação. “Muitas vezes o dono nem percebe, mas não se comunica com seu cão de forma adequada, e o mau comportamento do animal é resultado disso. A agressividade dos cães pode ser uma forma de chamar a atenção”, comenta.
Por fim, segundo ele, é fundamental que os donos dos animais participem de todo o processo de reabilitação, pois eles também aprenderão a lidar melhor com seu cão. “O comportamento do dono se reflete no comportamento do animal, e a mudança de comportamento do animal vai depender, entre outros fatores práticos, da nova postura do dono. É um processo gradual e que exige comprometimento”.

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