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Qualidade do sono pode interferir na saúde do coração

Quando o descanso é insuficiente, o cérebro fica em alerta e há produção de substâncias que podem provocar taquicardia

O sono é uma função imprescindível do nosso organismo e essencial para a manutenção da saúde do corpo e da mente. No entanto, com a correria e as diversas atividades cotidianas, momentos de descanso têm sido cada vez mais raro na vida de muitas pessoas. Porém, dormir pouco não afeta apenas o equilíbrio emocional ou a capacidade de raciocínio e concentração do indivíduo. Esse hábito também pode causar a longo prazo, dentre outros males, sérios danos à saúde do coração.

Segundo Renata Federighi, Consultora do Sono da Duoflex, quando dormimos, há um momento de repouso do sistema cardiovascular, no qual, tanto a frequência cardíaca quanto a pressão arterial são reduzidas. “Quando o indivíduo adormece, a pressão arterial e os batimentos cardíacos se elevam enquanto as informações do dia são processadas. Depois há uma queda na atividade metabólica e redução da pressão arterial e da frequência cardíaca. Posteriormente, no sono profundo, há liberação de hormônios. Quando a pessoa acorda, seus músculos estão relaxados e o coração desacelerado. Com esse ciclo efetuado, o físico e o psicológico estão recuperados para a próxima jornada”, explica a especialista.

A falta de sono cria uma situação de estresse crônico, onde descargas de sinalizadores semelhantes à adrenalina fazem taquicardia como resposta à falta de oxigênio, no caso da Apneia por exemplo. Os microdespertares noturnos e os períodos de falta de oxigênio causam aumento da pressão arterial, sendo fator de risco para a saúde do coração. O descompasso entre os dois sistemas nervosos antagonistas cria um ambiente de estresse crônico, sendo um fator para as arritmias cardíacas, tanto as ventriculares como a fibrilação atrial.

Para cuidar bem do coração é necessário manter uma rotina de descanso, praticar atividades e ter uma alimentação saudável. Dormir com travesseiros e colchões adequados a postura e biótipo, manter o quarto silencioso e escuro e preservar uma rotina de horários auxiliam na busca pelo sono profundo. “Tente diminuir o ritmo acelerado, pois não adianta noites mal dormidas durante a semana e a suposta recuperação do sono no final de semana, porque o organismo necessita de uma disciplina que respeite, verdadeiramente, o relógio biológico. E ao perceber alguma manifestação que atrapalhe seu sono, procure um especialista para uma análise mais detalhada do problema”, orienta Renata.

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