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Malefícios do álcool vão além dos acidentes de trânsito

A Lei Seca completa dez anos e, segundo estudo do CPES (Centro de Pesquisa e Economia do Seguro), divulgado em 2017, teria evitado a morte de quase 41 mil pessoas, entre 2008 e 2016. Uma boa notícia, mas pode melhorar. Além disso, o álcool traz outros malefícios à saúde, inclusive à visão, que reflete diretamente na direção.

De acordo com o Dr. Ramon Antunes de Oliveira, oftalmologista do H.Olhos – Hospital de Olhos Paulista, a curto prazo, o álcool retarda a contração e dilatação pupilar, dificultando a adaptação a ambientes de diferentes iluminações, reduz a sensibilidade ao contraste, piora os sintomas de olho seco, entre outros danos.

A ingestão prolongada de álcool pode aumentar a incidência de DMRI e catarata.

  • DMRI (Degeneração Macular Relacionada à Idade): principal causa de cegueira irreversível em idosos, a doença ataca a retina, parte posterior do olho.
  • Catarata: doença que mais cega no mundo, também está relacionada à idade. Reversível, seu efeito é o de opacificação do cristalino, lente natural do olho, resultando na perda progressiva da visão.

Além dessas mais comuns, o Dr. Ramon Antunes de Oliveira destaca:

  • Síndrome do Álcool Fetal: grávidas que ingerem bebidas alcoólicas em grandes quantidades, no início da gestação, aumentam o risco desta síndrome, provocando doenças durante o desenvolvimento do olho do bebê, como coloboma, microftalmia ou hipoplasia do nervo óptico.
  • Neuropatia óptica severa e irreversível: provocada pela intoxicação por metanol.

Visão empacada e dificuldade de adaptação no claro/escuro, perda de contraste e do campo visual são alguns dos sintomas de doenças oculares derivadas do álcool. Nesses casos, recomenda-se a avaliação oftalmológica minuciosa, e acompanhamento multiprofissional, com médico, nutricionista e psicólogo.

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