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Má circulação e enxaqueca são fatores de risco para o Glaucoma

Glaucoma é o termo que se usa quando há lesões no nervo óptico, cuja pior consequência pode ser a perda irreversível da visão. O aumento da pressão intraocular (PIO) é o principal fator de risco para a doença. Entretanto, nem sempre o glaucoma é causado por um PIO alta.

No caso do Glaucoma de Tensão Normal, um subtipo do glaucoma de ângulo aberto, as lesões no nervo óptico estão ligadas a outros fatores de risco. Em geral, por condições sistêmicas que causam má circulação sanguínea causando a morte das células do nervo óptico por falta de oxigênio.

Segundo Dra. Maria Beatriz Guerios, oftalmologista especialista em Glaucoma, esse é o tipo mais preocupante, pois não há sintomas e a pressão intraocular, a princípio, é normal.

“O que precisa ser feito para conseguir um diagnóstico precoce, nesses casos, é realizar uma boa anamnese para levantar o histórico do paciente e entender se ele possui outros fatores de risco associados para desenvolver o glaucoma de pressão normal”.

Múltiplos fatores, mesmas consequências

Entre os fatores de risco associados ao Glaucoma de Pressão Normal estão:

  • Ser mulher
  • Ter estrutura corporal pequena (tipo mignon)  
  • Ter mais de 60 anos
  • Asiáticos
  • Hipotensão
  • Enxaqueca
  • Apneia do sono
  • Doenças cardiovasculares (obstrução da carótida, colesterol alto etc.)

“No caso do glaucoma de pressão normal, os danos no nervo óptico ocorrem devido à redução do fluxo sanguíneo para as células nervosas dos olhos. A consequência dessa má circulação é a morte celular por falta de oxigenação”, explica Dra. Maria Beatriz.

Inimigo silencioso

O grande problema de todos os tipos de glaucoma é que as manifestações costumam surgir quando já há danos no nervo óptico. E esses prejuízos são irreversíveis.

“De maneira geral, o paciente começa a ter dificuldade para enxergar lateralmente e perifericamente. Até chegar no que chamamos de “visão de túnel”.”, cita a especialista.  

Diagnóstico

Além da anamnese, o oftalmologista costuma realizar alguns exames na consulta de rotina que podem ajudar a fechar o diagnóstico.

“Quando temos um paciente que preenche alguns fatores de risco para o glaucoma de pressão normal, é essencial fazer a Fundoscopia, o exame de fundo de olho que avalia a situação do nervo óptico”, conta Dra. Maria Beatriz.  

Como vimos, isoladamente, medir a pressão intraocular não é suficiente para diagnosticar o glaucoma de maneira geral. No caso do glaucoma de pressão normal, somente a avaliação do nervo óptico pode apontar alterações que sugerem a doença.

Tratamento
O glaucoma não tem cura. O principal objetivo do tratamento é evitar a progressão da doença. Em outras palavras, prevenir que o paciente perca a visão de forma irreversível.

No caso do glaucoma de pressão normal, o tratamento é feito com colírios, na maioria dos casos.

Como nesse glaucoma há uma forte ligação com doenças sistêmicas que prejudicam a circulação sanguínea, também é recomendado tratar essas doenças de base. A atividade física é altamente recomendada, bem como é importante adotar hábitos saudáveis de vida, de forma geral.

Para finalizar, é importante dizer que pacientes com glaucoma, de qualquer tipo, precisam fazer um acompanhamento oftalmológico regular, bem como aderir ao tratamento para um bom prognóstico”, encerra Dra. Maria Beatriz.

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