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HCor alerta para a importância do diagnóstico precoce de Alzheimer


O comprometimento da memória e de outras funções cognitivas são alguns dos sintomas iniciais da doença, que avança junto ao envelhecimento da população no país; diagnóstico precoce permite que cuidados em saúde sejam implementados a fim de preservar a qualidade de vida dos pacientes

No dia 21 de setembro é celebrado o Dia Mundial da Conscientização sobre a Doença de Alzheimer. Estima-se que, atualmente, cerca de 1,2 milhão de brasileiros sofram com a Doença de Alzheimer, um dos problemas neurológicos mais comuns entre a população idosa, e uma das principais causas de demência – doença que atinge 47 milhões de pessoas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Com acompanhamento médico e equipe multidisciplinar, é possível priorizar a qualidade de vida de pacientes e cuidadores.

A condição causa a morte gradual dos neurônios, provocando a perda de memória e de outras funções cognitivas, como capacidade de organização, orientação de tempo e espaço, entre outras. “O diagnóstico da demência de Alzheimer, em geral, é tardio, o que impossibilita que pacientes e cuidadores se beneficiem de tratamentos implementados por médicos e equipe multidisciplinar, que priorizam a qualidade de vida dos portadores e de seus familiares”, diz Pedro Rosa, psiquiatra do HCor.

Para marcar a data e disseminar mais conhecimento sobre a doença, o médico destaca as particularidades e os desafios da doença: 

Longevidade: a expectativa de vida explica o aumento exponencial da doença, uma vez que o envelhecimento é o principal fator de risco para a destruição de células cerebrais que garantem o funcionamento cognitivo. Estima-se que até 2030 cerca de 75 milhões de pessoas serão afetadas pela doença, quantidade que deve pular para 132 milhões em 2050.

Ih, esqueci: a perda progressiva da memória é o sintoma mais frequentemente inicial desse declínio cognitivo que acomete, sobretudo, os idosos e se agrava com o tempo, prejudicando as atividades do dia a dia. Dificuldades para se comunicar, de raciocínio, alterações de humor, como depressão, e de comportamento, como agitação e agressividade, além de distúrbios de sono, capacidade de juízo e de crítica comprometidas são outros sintomas comuns.

É possível diagnosticar, sim: diante de alguma suspeita, é importante consultar um médico para tirar dúvidas e realizar exames. “O diagnóstico exige uma extensa investigação por meio de avaliações clínicas, testes de sangue e de imagens, como ressonância magnética ou tomografia”, explica o psiquiatra do HCor. Em alguns casos, são solicitados exames mais específicos, como o PET – neuroimagem funcional e de neuropsicológico, capazes de mostrar o funcionamento do sistema nervoso central e das funções cognitivas individualmente.

Controle dos sintomas: atualmente não há tratamentos capazes de alterar o curso natural da Doença de Alzheimer, ainda que uma série de fármacos esteja em fase de desenvolvimento. Entretanto, há medicações disponíveis para atenuar os sintomas da doença. Além disso, a reabilitação neuropsicológica – tratamento realizado por uma equipe de profissionais de saúde -, envolve o treinamento das habilidades cognitivas prejudicadas com exercícios de associações verbais, tarefas de memorização, de linguagem e de planejamento. “A reabilitação atrelada ao tratamento medicamentoso específico e a exercícios físicos, além de cuidados oferecidos aos cuidadores, melhora significativamente a qualidade de vida do paciente”, ressalta Dr. Rosa.

Mexa o corpo: a prática de atividade física regular, a manutenção de atividades mentais e de relacionamentos interpessoais, são muito importantes para envelhecer com saúde. Controlar a hipertensão, o diabetes, o colesterol e evitar o cigarro e outras drogas são medidas preventivas essenciais. “Esses aspectos são importantes, pois há uma grande relação entre a saúde cardíaca, a metabólica e a saúde do sistema nervoso central. Para um envelhecimento mental saudável, a saúde física tem que estar em ordem”, orienta Dr. Rosa.

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