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Gravidez tardia contribui para surgimento de Diabetes Gestacional


Doença ocorre quando o corpo da gestante não consegue produzir as quantidades de insulinas necessárias para controle da glicemia
São Paulo, março de 2020 – A gravidez tardia é considerada um fenômeno mundial. Na última década, o número de mulheres que engravidaram após os 35 anos – idade a partir da qual os médicos consideram como gravidez tardia – cresceu 84% no País. Os partos de mulheres acima de 40 anos já representam de 2% a 5% do total, segundo dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), do Ministério da Saúde.

Tais números refletem a mudança de comportamento pelo qual estão passando as famílias, com as mulheres priorizando suas vidas profissionais e adiando o momento da maternidade. Contudo, a gravidez tardia requer cuidados especiais como aponta o ginecologista Dr. Olímpio Moraes Filho, presidente da Comissão Nacional Especializada em Assistência Pré-Natal da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). “Todas as mulheres que desejam engravidar devem procurar o obstetra para ter uma consulta preconcepção (antes de engravidar) com objetivo de rastrear e tratar doenças e outras condições que coloque em risco a gravidez, como por exemplo, hipertensão, doenças da tireoide, síndromes metabólicas, diabetes e tantas outras que são mais prevalentes com o avanço da idade”.

O diabetes gestacional é uma das principais patologias que acometem mulheres com gestação tardia. “Isso ocorre porque durante a gravidez, para que não aconteça o diabetes, o organismo materno tem que produzir duas a três vezes mais insulina. Depois de 35 anos, muitas vezes, o organismo materno não consegue produzir esse aumento de insulina, acarretando o diabetes gestacional, que é um tipo de diabetes que aparece durante a gravidez e geralmente desaparece no puerpério”, aponta Moraes.

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), além da idade, são considerados fatores de risco, o ganho de peso excessivo durante a gestação, síndrome dos ovários policísticos, história de bebês grandes (mais de 4 Kg), história familiar de diabetes em parentes de 1º grau, entre outros. Ainda segundo a SBD, o controle do diabetes gestacional é feito, na maioria das vezes, por meio de uma orientação nutricional adequada. Sendo que, para cada período da gravidez, há uma quantidade adequada de nutrientes.

A prática de atividade física também é uma medida de grande eficácia para redução dos níveis glicêmicos. Porém, a atividade deve ser feita somente depois de avaliada se existe alguma contraindicação. Caso a dieta e a atividade física não surtam efeito, a indicação é que se faça a insulinoterapia, ou seja, tratamento com o uso de insulina.

Se não houver complicações, tanto nos casos de gravidez tardia como nos de diabetes gestacional, o pré-natal pode ser feito regularmente, e o parto deve acontecer quando a gravidez estiver a termo. Caso haja comorbidade, o parto pode ser antecipado para preservar a saúde da gestante e/ou do bebê.

Aproximadamente seis semanas após o parto, a mulher que teve diabetes gestacional deve realizar nova dosagem da glicose, sem estar em uso de medicamentos antidiabéticos. Na maioria das vezes, a tendência é que os níveis glicêmicos retornem ao patamar considerado normal.

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