Festa Junina com segurança: alerta para cuidados com queimaduras, fogueiras e fogos de artifício
Especialista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz orienta sobre os principais riscos à saúde durante as celebrações juninas
São Paulo, 03 de junho de 2025 – As festas juninas encantam pela alegria das quadrilhas, as comidas típicas e o clima, aquecido por fogueiras e lareiras. Mas, para que esse período seja celebrado com tranquilidade, é importante estar atento a riscos comuns dessa época do ano, como queimaduras, acidentes com fogos de artifício e o uso inadequado de aquecedores em ambientes fechados.
De acordo com a Dra. Letícia Jacome, clínica geral do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, as comemorações devem ser planejadas com segurança, especialmente quando envolvem crianças, idosos e pessoas com mobilidade reduzida. “Festas populares como o São João são momentos de afeto e confraternização. Com atenção aos cuidados básicos, é possível garantir que todos aproveitem com bem-estar e segurança”, afirma.
As fogueiras são um símbolo das festas juninas, mas estão entre as principais causas de queimaduras neste período. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão, em 2024, mais de 34 mil atendimentos por queimaduras foram realizados no país durante os meses de festa junina, sendo as mãos as regiões mais afetadas, com lesões de segundo grau, deformidades permanentes ou até amputações.
Por isso, é importante lembrar que o fogo deve ser aceso apenas em ambientes abertos e bem ventilados, nunca em áreas internas, varandas ou espaços com cobertura. Mesmo em locais apropriados, é essencial manter uma distância segura e restringir o acesso de crianças e animais ao redor da fogueira.
O uso de substâncias inflamáveis como álcool ou gasolina para acender o fogo é desencorajado, podendo provocar explosões e queimaduras graves. Em eventos públicos ou privados que utilizam fogueiras, o ideal é que a estrutura seja montada por profissionais capacitados, com acompanhamento e sinalização adequada.
Outro alerta importante é quanto aos fogos de artifício. Apesar de tradicionais, eles representam um risco sério quando manipulados sem o devido cuidado. “O manuseio de fogos deve ser feito apenas por adultos, sempre com produtos certificados por órgãos competentes. Itens como bombinhas e rojões não devem, em hipótese alguma, ser entregues a crianças”, reforça.
Para quem deseja uma alternativa mais segura e inclusiva, a recomendação é optar por fogos silenciosos, que reduzem o risco de acidentes e o impacto em pessoas com sensibilidade auditiva, como autistas, idosos e animais de estimação.
Uso de aquecedores exige cuidado especial
Junho também marca a queda nas temperaturas em diversas regiões do país. Por isso, o uso de lareiras, aquecedores elétricos ou a gás torna-se mais frequente. No entanto, o uso inadequado desses equipamentos em locais mal ventilados pode provocar a inalação de monóxido de carbono, um gás tóxico, sem odor e potencialmente letal.
“Jamais durma com lareiras ou aquecedores a gás ligados em ambientes fechados. Sempre mantenha janelas entreabertas para permitir a circulação do ar e desligue os aparelhos antes de dormir”, orienta a especialista.
Primeiros socorros para queimaduras: o que fazer
Em caso de queimaduras leves, a orientação é lavar a área afetada com água corrente fria por pelo menos 10 minutos. “Não aplique nenhum tipo de substância caseira como manteiga, pasta de dente ou pó de café. Essas práticas populares podem agravar a lesão e dificultar o tratamento”, explica.
Se a queimadura apresentar bolhas, dor intensa, pele esbranquiçada ou escurecida, é sinal de maior gravidade e é preciso procurar atendimento médico imediato.
Cuidados especiais com crianças e idosos
Crianças pequenas são especialmente curiosas e podem se aproximar de fontes de calor sem perceber o perigo. Já os idosos, por apresentarem pele mais sensível e menor percepção de calor, também estão mais propensos a queimaduras e quedas em ambientes mal iluminados.
“É essencial manter os ambientes bem iluminados e os itens potencialmente perigosos fora do alcance. Tapetes soltos, fios aparentes e calçados inadequados aumentam o risco de quedas, principalmente entre os mais velhos”, alerta.