Doença renal é um grande problema de saúde no Brasil
Mais de 140 mil pacientes realizam diálise no país; HJSC alerta para diagnóstico precoce
O mês de março é marcado pela conscientização acerca das doenças renais, já que na segunda quinta-feira do mês é celebrado o Dia Mundial do Rim. Infelizmente, as estatísticas mostram que o número de pacientes com o diagnóstico de doença renal crônica tem aumentado. Dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) apontam que mais de 140 mil pessoas realizam hemodiálise no Brasil e estima-se que, em 2040, o problema seja a 5ª maior causa de morte no mundo (atualmente, ocupa o 10º lugar). Por isso, a importância da disseminação de informações voltadas à saúde renal, que é reforçada nesta data.
Os rins possuem diversas funções, como:
Regular a pressão arterial;
“Filtrar” o sangue eliminando as toxinas do corpo;
Controlar a quantidade de sal (eletrólitos), o pH do sangue e água do organismo;
Produzir eritropoetina, um hormônio que estimula a produção de hemácias e evita a anemia;
Participar da ativação da vitamina D, controlar o cálcio e fósforo do sangue;
Produzir hormônios, ajudando assim a manter a saúde dos ossos, entre outros pontos.
Problema silencioso
A doença renal crônica costuma ser indolente. Ocorre uma perda progressiva da função renal durante um período de meses ou anos. Nos estágios iniciais, essa perda é silenciosa – uma pessoa pode perder até 90% da função renal e não apresentar nenhum sintoma. “Por isso, a importância de fazermos periodicamente exames (dosagem no sangue de creatinina e exame de urina) para avaliação da saúde dos rins. Quando diagnosticada precocemente, o nefrologista irá acompanhar e estabelecer um tratamento para controlar o dano renal e evitando a progressão para o estágio terminal da doença”, explica a nefrologista do Hospital Japonês Santa Cruz, Rebeca Appel Melos.
Nos casos em que o diagnóstico ocorre tardiamente, quando o funcionamento dos rins já está bastante comprometido, a especialista pontua que é necessária a terapia de substituição renal, que consiste na diálise (hemodiálise ou diálise peritoneal) ou transplante renal.
Hemodiálise
Quando os rins não conseguem mais realizar sua função como antes, é indicado uma terapia renal substitutiva, como a hemodiálise. Ela é realizada através de máquina que filtra o sangue, removendo as toxinas e substâncias que estão em excesso e que não são mais eliminadas pelos rins, prejudicando a saúde. “Além disso, ajuda no controle da pressão arterial e a manter o equilíbrio no organismo de água, sódio, potássio, cálcio, fosforo, bicarbonato e outros elementos”, acrescenta a nefrologista.
No Hospital Japonês Santa Cruz, o Centro de Hemodiálise dispõe de 34 máquinas para realizar o procedimento, via SUS e planos de saúde. O hospital possui, ainda, outros sete equipamentos para atender aos pacientes de convênios particulares, que realizam hemodiafiltração (HDF). Diferente da hemodiálise convencional, a HDF remove com mais eficiência as toxinas urêmicas, como o fósforo, além de reduzir a sobrecarga cardíaca.
“Um grande diferencial da HDF para os pacientes é o benefício cardiovascular. Ao final da sessão de hemodiálise por HDF, os pacientes se sentem consideravelmente menos cansados do que realizando a hemodiálise convencional e isso é um enorme ganho na qualidade de vida deles”, ressalta a médica.
Prevenção
Dra. Rebeca lembra que a prevenção e o diagnóstico precoce da doença são fundamentais. “É de extrema importância atentar-se aos fatores de risco da doença renal para evitá-los e tratá-los, como a diabetes, hipertensão, obesidade, doença cardiovascular”, lista. “Também é importante praticar exercícios físicos, hidratar-se adequadamente, ter uma alimentação saudável, evitando alimentos ultraprocessados, consumo excessivo de sal e carnes vermelhas; e evitar o uso de medicamentos sem orientação médica. Além de tudo isso, realizar exames preventivos, como o de urina e creatinina, e consultar regularmente o médico”, conclui.