Ambulatório integrado da BP contribui para tratamentos
Câncer de próstata: ambulatório integrado da BP contribui para tratamentos mais assertivos
Entre as principais preocupações e dúvidas dos pacientes em tratamento deste tipo câncer estão aquelas ligadas à queda na qualidade da vida sexual e diminuição da libido
–Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) revelam que quase 30% dos novos casos de tumor em homens com mais de 50 anos são localizados na próstata, sendo o mais comum neste público. Também representam uma unanimidade as dúvidas que permeiam o universo masculino sobre esse tipo de câncer, como queda na qualidade da vida sexual, diminuição da libido ou disfunção erétil. De acordo com o médico Fabio Schutz, oncologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, esses são os principais receios dos pacientes que iniciam o tratamento na instituição e o ambulatório integrado da BP, que conglomera diversas especialidades médicas, tem sido uma ferramenta importante para resgatar a saúde e a autoestima deste público.
Segundo o médico, o tratamento do câncer de próstata feito com cirurgia ou radioterapia pode levar à impotência sexual – uma vez que os nervos responsáveis pela ereção do pênis, que passam ao lado da próstata, podem ser afetados. Ele explica que no caso de cirurgia o trauma ocorre em função das manipulações feitas no local, o que pode dificultar o paciente de manter relações sexuais no curto prazo. No entanto, Schutz explica que a recuperação para este tipo de intervenção costuma ser mais rápida. “A potência costuma melhorar gradativamente ao longo dos próximos poucos meses. Vai depender da habilidade do cirurgião, se o procedimento é feito com o robô – que tem um grau maior de precisão – do tamanho do tumor, entre outras variáveis”, afirma o especialista.
Já o tratamento hormonal (hormonioterapia) “corta” a produção de testosterona pelos testículos, o que ocasiona naturalmente a falta da libido e, consequentemente, a perda da potência sexual. “É importante lembrar que o tratamento hormonal só é necessário nos casos de câncer de próstata localizado tratado com radioterapia ou nos casos mais avançados ou que já ocorrem metástase”, afirma Schutz. A radioterapia também pode levar à disfunção erétil, entretanto, diferentemente da cirurgia, o trauma nos nervos e vasos sanguíneos responsáveis pela ereção ocorre de maneira mais lenta e progressiva, conforme os tecidos adjacentes à próstata formam uma espécie de fibrose ou cicatriz.
Portanto, o paciente não perde a potência logo no início, mas de forma mais gradual. O oncologista da BP pondera, no entanto, que os efeitos dos tratamentos também variam de paciente para paciente. “Obviamente, um indivíduo com mais idade que já tenha algum grau de disfunção erétil deve ter mais limitação na recuperação da potência quando comparado a uma pessoa mais jovem”, explica.
Em muitos casos, para tentar amenizar os efeitos do tratamento e dar ao paciente uma melhor qualidade de vida sexual, são inseridos no tratamento medicamentos que ajudam na disfunção erétil, como é o caso do Citrato de Sildenafila. “Esses medicamentos, quando usados corretamente, praticamente não possuem efeitos colaterais e ajudam o paciente ao longo da jornada”, avalia o médico.
Ambulatório integrado
O ambulatório integrado oferecido pela BP tem se mostrado uma grande ferramenta para potencializar o tratamento aos pacientes que sofrem com o câncer de próstata. Isso porque, ao longo de toda a jornada, ele é acompanhado por uma equipe multidisciplinar composta por oncologistas, fisioterapeutas, radioterapeutas, cirurgiões, urologistas e até psicólogos. “Essas reuniões são indispensáveis para tomar sempre a melhor decisão de tratamento baseada nessa junta médica”, afirma Schutz.
Segundo o médico, é comum os pacientes que se frustram após os procedimentos por não conseguirem alcançar a potência de antes dos procedimentos, fato que pode ser prejudicial no decorrer do tratamento. “Nesse momento, o acompanhamento psicológico é fundamental para acolher esse paciente, falar para ele sobre as etapas do tratamento e que tudo faz parte do processo”, finaliza Schutz.