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São Paulo registra 60% de aumento nos casos de conjuntivite

São Paulo registra 60% de aumento nos casos de conjuntivite no início do ano

Oftalmologista do Hospital Japonês Santa Cruz explica motivos para explosão de casos da doença

O olho começa a ficar vermelho, a produção de lágrima aumenta, a pálpebra incha e uma coceira intensa não vai embora. Esses são sintomas clássicos da conjuntivite, condição que explodiu nos consultórios no início de 2024 no estado de São Paulo.

Dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES) revelam um aumento alarmante nos casos de conjuntivite na rede pública estadual, com 12.290 procedimentos clínicos ambulatoriais registrados no início de 2024. Em comparação aos 7.660 procedimentos no mesmo período de 2022, isso representa um crescimento de 60%.

A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva, a membrana transparente que cobre a parte frontal do globo ocular e o interior das pálpebras. Existem diversos tipos de conjuntivite, classificados de acordo com o agente causador, incluindo viral, bacteriana e alérgica. As conjuntivites virais são as mais comuns e, devido à sua alta contagiosidade, são frequentemente responsáveis por surtos e epidemias.

De acordo com a Dra. Tatiana Tanaka, coordenadora da oftalmologia do Hospital Japonês Santa Cruz, o aumento dos casos pode ser explicado “pela facilidade que o vírus tem de circular dependendo da época do ano e do maior número de pessoas aglomerados nos mesmos locais”. “O calor e a umidade do início do ano fazem com que os vírus circulem com mais facilidade no ar”, afirma.

Assim como tendência em todo o estado, o Hospital Japonês Santa Cruz também percebeu aumento nos casos de conjuntivite registrados nos dois primeiros meses do ano, passando de 353 em 2023 para 449 em 2024: crescimento de 27%.

Sintomas

Os sintomas típicos da conjuntivite incluem irritação ocular, lacrimejamento, olhos vermelhos, secreção que pode ser purulenta (no caso de infecções bacterianas) ou aquosa (em infecções virais), sensação de areia nos olhos, maior sensibilidade à luz (fotofobia) e pálpebras inchadas. A doença geralmente afeta ambos os olhos e pode durar de 7 a 15 dias.

De acordo com a Dra. Tatiana, o paciente deve sempre procurar o oftalmologista se apresentar esses sinais. “O profissional vai avaliar. Se for conjuntivite, o paciente receberá as orientações adequadas para tratamento e como evitar a transmissão para outras pessoas.”

Transmissão e precaução

A transmissão da conjuntivite ocorre tanto por contato direto com mãos e secreções dos olhos contaminados quanto por contato indireto através de objetos como toalhas, maquiagem, lenços e fronhas.

A especialista ressalta que, para evitar o contágio, é importante o isolamento de contato da pessoa com diagnóstico de conjuntivite viral. “Quem estiver com diagnóstico não deve ter contato com as pessoas, pois a secreção que ela produz é a fonte de transmissão do vírus. Os objetos acabam contaminados e as pessoas que tiverem contato e levarem as mãos aos olhos podem ser contaminadas”, salienta.

Inclusive, é importante tomar cuidado com as crianças também. “Deve-se fazer esse isolamento de contato para evitar a transmissão para outros membros da família. É fundamental lavar as mãos sempre que manipular qualquer objeto e não compartilhar lençóis e toalhas de rosto”, conclui a oftalmologista.

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