Sono irregular aumenta risco de hipertensão em 48%
Resultado faz parte do projeto ELSA Brasil (Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto) para doenças crônicas e saúde populacional do país
Estudo com participação de especialistas do InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – HCFMUSP) indica que dormir de forma irregular e não ter uma rotina de sono pode estar associado a uma chance 48% maior de ter hipertensão. Ainda que a apneia do sono seja um fator de risco para alterações da pressão arterial, quem não tem essa condição também apresentou mais chances de hipertensão.
“A irregularidade dos padrões de sono tem se mostrado um fator de risco cardiovascular, e os resultados deste estudo mostram a importância de uma boa rotina de descanso, mais até do que o tempo de duração do sono por noite”, afirma Dr. Luciano Drager, cardiologista da Unidade de Hipertensão do InCor. A pesquisa publicada no Journal of Hypertension avaliou 1.720 participantes com idade média de 49 anos, sendo 27% deles hipertensos.
Em 2022, a Associação Americana do Coração (AHA, na sigla em inglês) atualizou a lista de fatores de risco para a saúde cardiovascular e incluiu o sono como um dos oito itens essenciais para proteger o coração. De acordo com o órgão, cada hora a menos de sono em uma rotina de 7-8 horas diárias, aumenta em 6% o risco de doença cardiovascular.
A análise que indica o risco cardiovascular com a irregularidade do sono foi realizada por pesquisadores da Unidade de Hipertensão do Instituto do Coração (InCor), fruto de tese de Mestrado da Disciplina de Nefrologia. Os resultados publicados são parte de um projeto amplo conhecido como Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA Brasil), iniciativa que reúne pesquisadores e centros de todo o país em estudos sobre doenças crônicas e saúde populacional do país.