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Por que sentimos sono depois de uma grande refeição?

Carnes magras, carboidratos complexos, legumes e saladas são os alimentos ideais para evitar o sono

 

É muito comum exagerar na quantidade de carboidrato na hora do almoço – principalmente em restaurantes – e um dos maiores motivos do sono é a forma como este nutriente é metabolizado pelo organismo. De acordo com o médico e nutrólogo Dr. Lucas Penchel, a ingestão de alimentos ricos em carboidratos simples como arroz branco, macarrão, maionese, farofa, suco de frutas, entre outros, é responsável pelo pico de glicemia no sangue, que é seguido por uma baixa. “Quando acontece a baixa de glicose no sangue, a falta de disposição é o primeiro sintoma, seguido do sono”, conta.

 

Quando há o consumo de grandes quantidades de alimentos, o sistema digestivo “pede” uma maior oxigenação para realizar as suas funções e metabolizar todos os nutrientes. Isso faz com que o organismo diminua o fluxo sanguíneo em várias partes do corpo, principalmente no cérebro, dando a sensação de sono. “A solução está nas escolhas mais saudáveis como legumes cozidos e saladas. Na hora do carboidrato, optar sempre pelo arroz integral, mandioca ou batata doce. Carnes magras grelhadas e assadas como peito de frango, patinho, acém e lagarto também são boas escolhas. Evitar líquidos durante e após as refeições”, explica Stefani Rocha, nutricionista da Clínica Penchel.

 

Segundo algumas pesquisas, a ingestão de alimentos tarde da noite acomete um impacto na pressão arterial, pois, durante a noite, o processo fisiológico normal é a queda da pressão. O estudo registrou uma queda inadequada da pressão em 24,2% dos participantes que comeram até duas horas antes de dormir. Já entre os que haviam jantado mais cedo, a porcentagem foi de 14,2%. “A pesquisa mostra que consumir alimentos antes de dormir faz com que o nosso corpo permaneça em estado de alerta, estimulando a produção de hormônios do estresse – como adrenalina e cortisol – e alterando o ritmo diário do organismo. Lembrando que o que se come é tão importante quanto o horário. Por isso é fundamental um acompanhamento com um nutricionista”, esclarece Dr. Lucas.

 

Na hora do almoço, Stefani sugere a escolha de apenas um tipo de carboidrato e que ele seja do tipo complexo para evitar picos de glicose no sangue. “Não comer grande volume de comida de uma vez, pois, como o processo de digestão passa por uma série de reações químicas que exigem um gasto maior de energia, causam, também, a sonolência. Gorduras também devem ser evitadas, pois tornam a digestão mais lenta. Ela lista algumas maneiras de melhorar a disposição, principalmente quando se trata de recuperação rápida:

 

* Beber água. A desidratação é uma causas mais comuns e fácies de consertar da falta de energia. Mesmo uma desidratação leve pode ser responsável por drenar as energias e afetar a habilidade de pensar racionalmente. Quando a energia estiver baixa, é bom tomar alguns copos d’água;

 

* Tomar sol. A luz é antagonista da produção de melatonina, um dos hormônios responsáveis pelo sono. Passar o dia em um escritório ou sala de aula fechada faz com que o cérebro ache que é hora de dormir e libere a melatonina, diminuindo os níveis de energia;

 

* Comer um pouco de chocolate 70%. Chocolates contêm teobromina e cafeína, fontes de energia comprovadas. Flavonoides, um antioxidante que melhora o humor, também pode ser encontrado no cacau. Só não vale aproveitar para extrapolar as quantidades, tudo deve ser com moderação;

 

* Beber uma xícara de café. Há um motivo pelo qual a maioria das pessoas recorre ao café para acordar de manhã: ele é cheio de cafeína e acelera o metabolismo, aumenta a energia e a concentração. Mas é importante lembrar que ele não deve ser acompanhado do açúcar de mesa.

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