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Mitos e verdades sobre o armazenamento de alimentos em geladeiras

Armazenar alimentos em frigoríficos e geladeiras de forma incorreta também pode causar contaminação. Quem explica é o Coordenador de Microbiologia do Freitag Laboratórios, Flávio Theilacker. O especialista afirma que microrganismos psicrófilos, responsáveis pela contaminação, crescem em baixas temperaturas, podendo se desenvolver nesse ambiente. “Para que isso não ocorra, eles devem estar armazenados devidamente e isolados uns dos outros. Se forem lacrados, fica mais difícil de acontecer”.

Segundo o coordenador do Freitag Laboratórios, caso a embalagem seja violada pode haver a chamada contaminação cruzada, ou seja, se um alimento estiver contaminado e entrar em contato com outro, ocasionará em uma nova contaminação.

Com isso, uma série de viroses e doenças podem ser acarretadas, como as DCAs (Doenças Causadas por Alimentos), que são ainda mais severas em pacientes imunocomprometidos, idosos e crianças.

Para evitar riscos, o Flávio Theilacker ressalta que que há uma regra para o armazenamento para cada tipo de alimento. No entanto, algumas medidas podem ser adotadas com todos eles. A primeira delas é respeitar as instruções contidas na embalagem do produto. “Por exemplo, produtos enlatados são armazenados em prateleiras e após aberto o armazenamento deve ser feito em local refrigerado”, explica.

No caso do armazenamento industrial, é preciso ter controle de temperatura. Geralmente a manipulação é feita com EPIs específicos. Já doméstico, quem faz a manipulação são os consumidores, que não têm conhecimento do que pode acarretar armazenar, ou manipular, os alimentos indevidamente.

O especialista do Freitag Laboratórios desmente o mito de que é prejudicial guardar alimentos ainda quentes no refrigerador. “Isso não afetará o alimento. O que ocorre é um gasto maior de energia, já que o refrigerador terá que trabalhar mais para esfriar o produto. Essa prática de guardar a comida ainda quente é muito recomendada, principalmente aqui no Brasil devido ao clima, pois as principais bactérias patogênicas se reproduzem em temperatura ambiente, ou seja, o quanto antes colocar o alimento para refrigerar mais seguro será”.

Outra polêmica quanto ao armazenamento de alimentos é a questão do desgelo. A Agência Espanhola de Consumo, Segurança Alimentar e Nutrição (AECOSAN), vinculada ao Ministério da Saúde, aponta que jamais se deve congelar novamente um alimento que foi descongelado, a menos que seja cozido antes de voltar a ser congelado. “Porém, ao meu ver essa técnica é recomendada somente em casos de extrema necessidade. O recomendado mesmo é armazenar os alimentos em pequenas porções em sacos/potes estéreis e descongelar somente o que será utilizado”, acrescenta Flávio.

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