Mitos e verdades sobre medicamentos genéricos
Com mais de 25 anos de história no Brasil, melhor custo-benefício e eficácia comprovada, os genéricos transformaram a forma de cuidar da saúde
Mesmo após mais de duas décadas de existência no Brasil, muitos mitos ainda cercam os medicamentos genéricos. A Lei 9.787/1999 foi um marco para a saúde pública, permitindo que laboratórios farmacêuticos registrassem e comercializassem versões de medicamentos cujas patentes haviam expirado, ampliando o acesso da população a tratamentos eficazes e mais acessíveis. Mas por que ainda há desconfiança? Para esclarecer as principais dúvidas, Jussara Barbutti, Diretora Científica da Medley, comenta e desmistifica alguns dos principais pontos.
1. “Medicamentos de referência são mais caros porque possuem qualidade superior”.MITO
O preço mais baixo dos medicamentos genéricos não tem relação com perda de qualidade, mas sim com o fato de que os fabricantes não precisam repetir todo o longo e custoso processo de pesquisa e desenvolvimento exigido para um medicamento inovador¹. Esse fator permite uma redução significativa no preço final: por lei, os genéricos devem custar no mínimo 35% menos que o medicamento de referência no momento do lançamento; e nas farmácias, em média, chegam a ser até 60% mais baratos², ampliando o acesso da população a tratamentos de qualidade.
2. “Medicamento genéricos são mais baratos porque tem menos princípio ativo” MITO
Os genéricos possuem a mesma quantidade de princípio ativo de que os medicamentos de referência, o que garante eficácia e segurança equivalentes¹. O preço mais baixo acontece justamente da dispensa de investimentos em pesquisas já realizadas pelo laboratório inovador, o que possibilita ampliar o acesso da população a tratamentos de qualidade e eficácia, um dos principais propósitos da Medley.
3. “O consumo de genéricos aumenta no Brasil e no mundo a cada ano.” VERDADE
O mercado de medicamentos genéricos cresce ano após ano, no Brasil e internacionalmente. No país, eles já representam cerca de 40% do volume de medicamentos vendidos². Apenas no primeiro trimestre de 2025, foram comercializadas mais de 553 milhões de unidades, um crescimento de 7% em relação ao mesmo período do ano anterior². Esse aumento demonstra a confiança dos médicos, pacientes e farmacêuticos nos medicamentos genéricos, além de reforçar seu papel fundamental na democratização do acesso à saúde.
4. “Prescrição por DCB (Denominação Comum Brasileira) é obrigatória no SUS.” VERDADE
No Sistema Único de Saúde, os profissionais são obrigados por lei a prescrever utilizando a denominação genérica, o que facilita o acesso a versões acessíveis e igualmente eficazes³. No ponto de venda, o papel do farmacêutico é essencial: ele deve prestar informações técnicas e orientar sobre a substituição de um medicamento de marca por um genérico, garantindo segurança e responsabilidade no processo.³.
5. “Não é preciso fazer estudos clínicos para fabricar medicamentos genéricos.” MITO
Embora não seja necessário repetir toda a extensa etapa de pesquisas clínicas dos medicamentos inovadores, os genéricos devem passar obrigatoriamente por estudos rigorosos de equivalência farmacêutica e bioequivalência4, exatamente o que acontece com todos os medicamentos da marca Medley. Esses estudos são conduzidos com metodologia científica e aprovados pela Anvisa, assegurando que o genérico atue no organismo exatamente como o medicamento de referência4. Sem esses testes, um medicamento genérico não pode ser registrado nem comercializado.
6. “Genérico é tudo igual” MITO
Todos os genéricos têm a mesma substância ativa, na mesma medida e oferecem a mesma e eficácia do medicamento de referência. O que muda entre fabricantes são apenas detalhes como cor, formato ou embalagem, sem impacto na qualidade ou no resultado do tratamento. Fornecedores qualificados e insumos selecionados garantem a qualidade dos nossos genéricos.
7. “É perigoso se automedicar com genéricos”. VERDADE
A automedicação representa riscos sérios — e isso vale para qualquer tipo de medicamento, inclusive os genéricos. O uso inadequado pode agravar doenças crônicas, causar reações alérgicas, gerar dependência ou até comprometer tratamentos virais. Uma atenção especial deve ser dada aos antibióticos: o uso excessivo pode aumentar a resistência de micro-organismos, tornando os tratamentos menos eficazes. Além disso, combinar medicamentos sem orientação médica pode anular seus efeitos ou provocar interações perigosas.
8. “Posso substituir um medicamento de marca por um genérico” VERDADE
Sim, desde que o genérico tenha equivalência terapêutica comprovada. Essa substituição pode ser vantajosa, especialmente quando o genérico é mais acessível, permitindo que o paciente siga o tratamento completo sem comprometer a eficácia.
9. “Genéricos são vendidos apenas no Brasil” MITO
Apesar da regulamentação brasileira ter impulsionado o mercado de genéricos por aqui, esse modelo já é adotado há décadas em diversos países. Estados Unidos, Japão e nações europeias representam cerca de 60% do mercado global de medicamentos genéricos, seguindo diretrizes da Organização Mundial da Saúde.
10. “Genérico tem qualidade” VERDADE
Os medicamentos genéricos passam pelos mesmos critérios de qualidade, eficácia e segurança exigidos para os de referência. Antes de chegarem às farmácias, são submetidos a rigorosos testes de equivalência farmacêutica, biodisponibilidade e bioequivalência, realizados em centros credenciados pela Anvisa, como universidades e hospitais de referência. Isso garante que os genéricos ofereçam à população o mesmo efeito terapêutico do medicamento de marca, com a vantagem de terem preços mais acessíveis.
Para Jussara Barbutti, a política dos medicamentos genéricos no Brasil é um dos maiores exemplos de sucesso em saúde pública, permitindo que milhões de pessoas tenham acesso a tratamentos antes considerados inacessíveis. Além da obrigatoriedade da prescrição genérica no Sistema Único de Saúde, destaca-se que, em 2024, a Anvisa já havia registrado 3.894 medicamentos genéricos, correspondentes a mais de 800 alternativas terapêuticas disponíveis para a população.