Hipertermia em pets: cuidados essenciais para evitar riscos em dias quentes
Altas temperaturas exigem atenção redobrada: saiba reconhecer os sinais de hipertermia e proteger a saúde do seu pet
Com a chegada dos dias mais quentes, cresce a atenção dos tutores para os cuidados com os pets diante das altas temperaturas. Situações simples, como deixar o animal alguns minutos dentro do carro, podem se tornar perigosas. Mesmo com janelas entreabertas, a temperatura no interior do veículo sobe rapidamente, transformando-o em uma estufa. Em dias quentes, apenas 10 minutos já representam risco à vida do pet.
Assim como nós, cães e gatos sofrem com o calor excessivo, mas não regulam a temperatura tão eficientemente quanto os humanos. Sem glândulas sudoríparas, eles perdem calor principalmente pela língua e pelos coxins — as almofadinhas das patas —, o que os torna mais sensíveis. Quando a temperatura corporal ultrapassa os limites saudáveis, ocorre a hipertermia, que compromete órgãos vitais como coração, fígado e rins e pode levar à falência respiratória e convulsões.
“A hipertermia é uma emergência e precisa ser tratada como tal. Em poucos minutos, o calor pode causar danos irreversíveis ao organismo do animal, por isso o ideal é nunca deixá-lo sozinho dentro do carro ou em locais fechados”, explica Dra. Sibele Konno, diretora médica do Grupo Pet Care.
Diversos fatores influenciam essa condição, incluindo características físicas do pet, o ambiente em que está (isso vale também para o quintal sob sol intenso), a temperatura do local e o nível de atividade física. Raças de focinho achatado (braquicefálicas), como Pugs, Bulldogs e Shih Tzus, são ainda mais vulneráveis, pois têm vias respiratórias estreitas e menor capacidade de dissipar calor, dificultando a regulação da temperatura corporal.
Quais são os sinais da hipertermia?
O primeiro sinal costuma ser a respiração ofegante e intensa, especialmente em cães, mas os gatos também podem ser afetados. Essa dificuldade respiratória pode vir acompanhada de salivação excessiva, fraqueza, desorientação e letargia, quando o pet apresenta falta de energia e dificuldade para se mover ou reagir aos estímulos. Outros indicativos incluem rigidez muscular, arritmias e taquicardias. Nos casos mais graves, o animal pode apresentar vômitos, diarreia, convulsões e até perda de consciência.
O que fazer ao notar os sinais?
Se você notar sinais de hipertermia no seu pet, mantenha a calma e aja rapidamente para reduzir a temperatura corporal de forma segura, evitando complicações. Se o animal ainda estiver consciente, retire-o do ambiente quente e leve-o a um local fresco, como uma área sombreada ou um cômodo com ar-condicionado.
Ofereça água em pequenas quantidades, sem forçar a ingestão, e utilize toalhas úmidas para refrescar regiões com menos pelagem, como barriga, axilas e virilha. Também é possível borrifar água ou dar um banho em temperatura ambiente, evitando choque térmico. Durante todo o processo, entre em contato com um médico veterinário e leve o pet ao hospital o quanto antes, lembrando que a hipertermia é uma emergência que exige ação imediata.
“A prevenção é sempre o melhor caminho. Nunca deixe seu pet, nem por cinco minutinhos, fechado dentro do carro, mesmo que pareça inofensivo. O amor e o cuidado estão justamente nas pequenas atitudes que garantem a segurança deles”, conclui a especialista.