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Aumento da obesidade preocupa

Problema é fator de risco para várias doenças, como o Acidente Vascular Cerebral, alerta Rede Brasil AVC

Em março, o alerta à obesidade é intensificado (em 4/3 foi celebrado o Dia Mundial da Obesidade) e a questão é reforçada ao longo de todo o mês. O problema, que é fator de risco para diversas doenças, como o AVC (Acidente Vascular Cerebral) – uma das principais causas de morte ou de incapacidade com sequelas permanentes no Brasil e no mundo -, atinge cerca de 22% dos brasileiros. Além disso, 57% estão com sobrepeso.

Uma situação fortalece a preocupação: a obesidade infantil. Segundo dados da plataforma Sisvan (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional) do Ministério da Saúde, em 2018, a proporção de crianças com obesidade e obesidade grave eram de 8,9% e 4,99%, passando para 10,15% e 6,03%, respectivamente, em 2022. Em números absolutos, são quase 500 mil crianças nesta faixa etária com obesidade no país, das quais 330 mil têm obesidade grave. Evidências científicas apontam que crianças com excesso de peso têm mais chances de se tornarem adultos obesos.

De acordo com projeção da ONG World Obesity Federation, a qual consta no atlas da World Obesity de 2023, mais da metade da população mundial (51%) viverá com sobrepeso ou obesidade em 2035. Isso significa que daqui a 12 anos cerca de 4 bilhões de pessoas terão um índice de massa corporal (IMC) igual ou maior que 25 kg/m².

 

Obesidade e AVC

Estudo da Universidade de Oxford, no Reino Unido, indicou que o volume da circunferência abdominal está intrinsecamente relacionado ao maior risco de AVC isquêmico e hemorragia cerebral.

“A obesidade é caracterizada pelo excesso de células gordurosas no corpo e, entre os problemas que isso causa, estão hipertensão e diabetes, dois dos principais fatores de risco para a ocorrência de um AVC”, fala a presidente da Rede Brasil AVC e da Organização Mundial de AVC (World Stroke Organization), Sheila Cristina Ouriques Martins.

Existem dois tipos de AVC: o isquêmico, ocorre quando falta sangue em alguma área do cérebro e que corresponde entre 80% e 85% dos casos. Já o hemorrágico, acontece quando um vaso (do tipo artéria, raramente uma veia) rompe.

A especialista ressalta que, em grande parte dos casos, o AVC pode ser evitado em até 90% dos casos, quando os fatores de risco são controlados. “Um estilo de vida saudável, com a prática de atividade física, uma alimentação balanceada, reduzindo a ingestão de sal e do sódio presente em produtos industrializados, e consumindo vegetais, frutas, legumes e grãos integrais nas refeições diárias, além de não fumar e diminuir ou eliminar o consumo de bebidas alcoólicas, são as melhores armas para combater o AVC”, salienta.

Sinais e socorro rápido

Entre os principais sinais de um AVC, estão a perda de força súbita e/ou dormência súbita de um braço e/ou perna e/ou face, especialmente em metade do corpo; dificuldade de falar ou entender a fala; tontura; alterações visuais súbitas em um olho, nos dois olhos ou na metade de cada olho; dor de cabeça súbita e intensa, diferente do habitual. “Ao suspeitar que uma pessoa esteja tendo um AVC, peça para ela sorria e veja se um lado do rosto não mexe. Verifique também se a pessoa consegue elevar os dois braços como se fosse abraçar, ou se um membro não se move e se apresenta fala enrolada”, explica a neurologista.

Quando o Acidente Vascular Cerebral ocorre, o tempo é precioso, já que, a cada minuto em que o AVC isquêmico não é tratado, a pessoa perde 1,9 milhão de neurônios. “Por isso, identificar rapidamente os sinais do AVC e o socorro ágil evitam o comprometimento mais grave que pode deixar sequelas permanentes, como redução de movimentos, perda de memória, prejuízo à fala e diminui drasticamente o risco de morte”, conclui.

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