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Apneia Obstrutiva do Sono: você sabe identificá-la?

Uma boa noite de sono é reconhecida por décadas como um processo vital para o organismo manter as condições fisiológicas internas, além de influenciar em nossa disposição, humor e na atenção durante a execução de tarefas. A emissão de barulhos durante a noite, somados a dores de cabeça, sonolência e recorrentes despertares, podem não ser apenas coincidência.

A Apneia Obstrutiva do Sono – AOS, compreende situações em que há obstrução parcial ou total das vias respiratórias durante o sono. “É quando por alguma razão o ar inspirado pelo nariz ou pela boca não chega na traqueia para alcançar os pulmões. Quando a obstrução das vias aéreas inferiores é parcial, ocorre uma hipopneia. No caso de fechamento total com duração acima de 10 segundos, é considerada apneia e há riscos de paradas respiratórias enquanto o indivíduo dorme”, esclarece o otorrinolaringologista do Grupo São Cristóvão, Dr. Luiz Augusto de Lima e Silva. 

Um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF),revela pelo menos cerca de 40 a 60% da população adulta com distúrbios de sono. Porém, nem todos os indivíduos que roncam possuem AOS: a apneia e hipopneia acometem com maior frequência indivíduos na fase adulta, com obesidade, retrognatas, de pescoço curto ou alterações anatômicas nas vias aéreas superiores, relata Dr. Luiz Augusto.

Além disso, engana-se quem pensa que as crianças não têm esse transtorno. “Infantes com dificuldade de mamar, mastigar ou engolir um alimento sem interromper a respiração, ou com sono agitado, podem estar com hipopneia”, destaca o especialista. Como quadros de rinite, sinusite ou resfriados também podem dificultar a respiração, é importante observar menores de idade e investigar outros sintomas, como falta de apetite.

De acordo com o otorrino, o tratamento depende de um diagnóstico etiológico, ou seja, para detectar a origem da apneia. Para isso, será preciso iniciar com uma boa anamnese e exame físico, seguidos de exames complementares, como polissonografia, eletrocardiograma, tomografia computadorizada e mais recentemente o exame de endoscopia do sono, sendo este uma nasofibroscopia realizada com o paciente sedado, em ambiente hospitalar e acompanhado por um anestesista. 

É de extrema importância zelar pela saúde e observar tais características em seu cotidiano e de seus familiares. Assim, com diagnostico fechado, “o tratamento pode ser desde o uso do cepap, próteses orais e cirurgias, inclusive a robótica”, enfatiza Dr. Luiz. Desse modo, riscos como arritmias cardíacas, hipertensão, diabetes e sonolência diurna, grande causadora de acidentes, poderão ser cessados. “Evitar ganho de peso, fumo, bebidas alcoólicas e dormir logo após o jantar também são métodos preventivos”, finaliza o médico.

Sendo assim, converse com seu parceiro(a) e família e ao menor sinal, agende uma visita ao médico capacitado. Cuidando de sua saúde e bem-estar, sua qualidade de vida quanto indivíduo aumenta proporcionalmente.

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