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7 mitos comuns sobre dor crônica

Mais de 30 milhões de brasileiros sofrem de dores crônicas, tendo um alto impacto econômico, social e trabalhista. A dor crônica é definida como dor que dura pelo menos 3 meses, sendo constante ou intermitente, indo e vindo sem motivo aparente. A dor crônica pode ocorrer em praticamente qualquer parte do seu corpo.

Apesar de comum, ainda existe muito desconhecimento e preconceito sobre as causas e sintomas de dores crônicas.

Com a colaboração do Dr. Marcus Pai, médico especialista em dor pela Universidade de São Paulo, listamos respostas para 7 perguntas freqüentes:

A dor é um efeito colateral natural do envelhecimento.

Parcialmente verdadeiro. À medida que envelhecemos, alguma “dor incômoda” causada pelo desgaste físico é normal. Isso é diferente da dor crônica, que pode surgir mesmo em crianças e jovens, e muitas vezes ter causas indeterminadas.

É melhor resistir e viver com dor.

Ignorar a dor pode ter sérias conseqüências, especialmente se você optar por se automedicar de maneira prejudicial ao invés de procurar um profissional de saúde. A dor crônica, se não tratada, pode ter importantes repercussões psicológicas, como alterações de humor, depressão, e insônia.

Você pode se machucar ainda mais se exercitar quando sentir dor.

Exercícios como fisioterapia podem ser a chave para uma reabilitação bem-sucedida. Muitos estudos mostram o benefício de atividade física, seja ela aeróbica ou anaeróbica para pacientes que sofrem de dor crônica. A atividade física previne a perda de massa muscular precoce, e previne também perdas articulares e limitação de movimentos. Muitos estudos encontraram que o efeito analgésico dos exercícios pode ser até superior do que muitos remédios para certas patologias.

Exames imagem dirão a causa da minha dor.

Falso. Ao envelhecermos, apresentamos desgastes naturais de ossos, articulações e outras partes do corpo. Metade das pessoas com mais de 50 anos apresentarão desgastes do disco na coluna, e não necessariamente apresentarão dor por hérnia de disco. Este processo de desgaste já começa na juventude, e nem sempre há correlação entre uma alteração em algum exame de imagem com os sintomas sentidos pelo paciente.

Ignorar a dor fará com que ela desapareça.

Na maioria dos casos, ignorar a dor contínua não a fará desaparecer e pode até piorar. É melhor procurar ajuda de um especialista experiente e atencioso quando a dor persistir ou se tornar um problema. Se você não receber o alívio que esperava com um profissional, não tenha medo de procurar ajuda de outro. A dor é um alarme. É um chamado para sua atenção. Não ignore sua dor.

Dor crônica pode matar você.

Não, mas pode ter um efeito profundo na sua qualidade de vida. Certas situações graves podem levar a sentimentos suicidas se a dor parece insuportável. É fundamental procurar ajuda de um profissional dor antes que o desespero se manifeste.

Se alguém parece bem, não pode sentir dor.

Ao contrário da dor aguda, que pode se apresentar com vermelhidão ou inchaço, a dor crônica pode ser invisível. Muitas pessoas com dor crônica apresentam sofrimentos emocionais, mas só porque parecem confortáveis, não significa que não estejam com dor. Esse mal-entendido cria angústia emocional para as pessoas com dor crônica e muitas vezes dificulta a busca do tratamento adequado.

Lembre-se de que gerenciar – em vez de curar – a dor crônica é o objetivo do tratamento. 

Os especialistas em cuidar da dor podem ensiná-lo a viver uma vida produtiva e completa, apesar da dor recorrente.

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