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Whisky ou Bourbon? Entenda as diferenças entre os dois destilados 

Do mosteiro irlandês ao coração do Kentucky, a história de dois destilados que compartilham origens, mas seguem caminhos distintos  

No balcão de um bar ou na prateleira de uma loja especializada, a dúvida aparece com frequência: afinal, bourbon e whisky são a mesma bebida? A resposta é simples, mas cheia de nuances. Todo bourbon é um tipo de whisky, mas nem todo whisky pode ser chamado de bourbon.  

A chave da diferença está na receita, na geografia e até no processo de envelhecimento. Para receber o título de bourbon, a bebida precisa ser produzida especificamente na região do Kentucky, nos Estados Unidos, e trazer pelo menos 51% de milho na composição. Além disso, deve descansar em barris novos de carvalho, queimados por dentro, o que acentua as notas de baunilha. 

Já o termo whisky é mais amplo. Ele abrange destilados de grãos maltados, como cevada, trigo, centeio ou milho, produzidos em diferentes partes do mundo, cada qual com características únicas de sabor. O resultado pode ir da elegância defumada de um single malt escocês ao perfil mais suave dos rótulos irlandeses. 

“Explorar as diferenças entre bourbon e whisky é abrir a porta para um mundo de nuances e histórias, onde cada gole carrega tradição e técnica. O bourbon, com sua base de milho e perfil mais adocicado, oferece uma suavidade acolhedora sem perder a ousadia, enquanto outros estilos de whisky revelam camadas distintas de aroma e sabor. Entender essas variações não é só apreciar uma bebida, é vivenciar uma experiência cultural em cada dose”, comenta Leandro Barbosa, embaixador do portfolio de bourbons premium da Sazerac Company no Brasil, entre eles o premiado Buffalo Trace. 

 

Uma viagem pela história 

O whisky tem raízes que remontam à Irlanda medieval, quando monges produziram o uisge beatha (“água da vida”, em gaélico) em mosteiros. Inicialmente medicinal, a bebida ganhou popularidade após a dissolução das ordens religiosas pelo rei Henrique VIII, que espalhou esse saber pelo campo.  

O hábito de envelhecer o destilado em barris surgiu quase por acaso: durante o transporte, perceberam que a madeira alterava o líquido, trazendo suavidade, cor e aromas que hoje são partes inseparáveis da bebida.  

 

O nascimento do bourbon  

Nos Estados Unidos, o bourbon surgiu da adaptação. Colonos europeus que dominavam a arte de destilar migraram para o interior do país, sobretudo o Kentucky, fugindo de impostos elevados dos principais polos econômicos nas regiões costeiras. Ali, encontraram milho em abundância e passaram a usá-lo no lugar da cevada, criando uma versão tipicamente americana do whisky.  

Por volta de 1783, surgiram as primeiras destilarias comerciais, consolidando o bourbon como um produto da terra e, mais tarde, um ícone cultural dos EUA.  

 

Como degustar 

Para entender as diferenças entre whisky e bourbon, o ideal é provar. A forma mais clássica é servi-los puros, em temperatura ambiente, o que permite perceber melhor os aromas e as camadas de sabor. Antes do primeiro gole, vale dedicar alguns segundos apenas ao olfato – boa parte da experiência começa no nariz.  

Depois, a escolha é pessoal: alguns preferem com um pouco de água, que abre os aromas; outros, com gelo ou em coquetéis clássicos, como o Old Fashioned ou o Manhattan. Não há regra rígida, apenas a certeza de que cada estilo tem muito a contar no copo.  

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