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Por que alguns cães comem fezes?

Por que alguns cães comem fezes? Alerta para tutores sobre nutrição e comportamento 

Especialista explica motivos do comportamento, orienta tutores sobre prevenção de coprofagia e cuidados adequados com a nutrição cães e gatos 

A coprofagia, hábito de ingerir fezes, é um comportamento que preocupa muitos tutores e pode estar associado tanto a questões nutricionais quanto comportamentais. A prática é mais frequente em cães, mas também pode ocorrer em gatos, trazendo riscos sérios à saúde dos animais. Segundo a professora de Medicina Veterinária da Una Itumbiara, Isadora Martins, compreender os fatores envolvidos é essencial para garantir bem-estar e qualidade de vida dos pets. 

Fatores nutricionais 

A relação entre desnutrição e coprofagia é direta em muitos casos. “A falta ou a má absorção de nutrientes pode levar o animal a ingerir suas fezes”, explica Martins. Deficiências de proteínas, vitamina B1 e minerais estão entre as mais comuns, assim como problemas gastrointestinais que prejudicam a absorção de nutrientes, envolvendo órgãos como fígado, pâncreas, estômago e principalmente o intestino. 

Além disso, sinais de desnutrição devem ser observados de perto pelos tutores. “O animal pode apresentar perda de peso, queda de pelos, desânimo, perda de apetite, vômitos, diarreia ou até desidratação”, alerta a especialista. 

Alimentação adequada e prevenção 

Uma dieta equilibrada é a base da prevenção. “É importante considerar porte, raça, idade e possíveis necessidades especiais que o animal possa ter, como por exemplo, alterações hepáticas, ou renais que necessitam de dietas específicas. Em alguns casos, a suplementação pode ser necessária e pode corrigir deficiências nutricionais que levam à coprofagia”, orienta a professora. 

Por outro lado, erros na alimentação caseira são frequentes. O oferecimento de alimentos ricos em açúcar, processados, com temperos ou excesso de óleo, são prejudiciais à saúde do pet. Temos também alimentos que são tóxicos, como é o caso da cebola, do alho e do chocolate, este último, possui uma substância chamada teobromina que dependendo da quantidade ingerida, pode ser até letal. O manejo inadequado também interfere: “Fornecer a comida certa, mas em intervalos muito longos, pode comprometer a absorção de nutrientes e favorecer a desnutrição”, destaca. 

Predisposição e aspectos comportamentais 

Além das causas nutricionais, existem também os aspectos comportamentais. “A coprofagia pode estar associada à busca por atenção, estresse, ansiedade, tédio ou até medo de punição. Não é um comportamento realizado por diversão, mas como resposta a algo que está acontecendo na vida do pet”, esclarece. 

Embora qualquer pet possa desenvolver o hábito, existem raças mais predispostas, como Labrador, Golden Retriever, Pug, Maltês, Shih-tzu, Spitz Alemão e Yorkshire. A idade também influencia: filhotes entre 6 e 8 meses apresentam maior incidência. 

Cuidado e acompanhamento veterinário 

A ingestão de fezes pode causar infecções gastrointestinais, infecções na boca e até transmissão de verminoses. Por isso, ao perceber esse comportamento, o tutor deve procurar orientação profissional. A avaliação veterinária envolve uma análise do histórico, hábitos do pet, exames físicos e, quando necessário, complementares. 

O acompanhamento veterinário é essencial para garantir uma nutrição adequada. Além de indicar a ração ou dieta mais apropriada, o profissional pode recomendar ajustes que previnem carências e orientam o tutor sobre manejo alimentar e cuidados com o comportamento do animal. “Seja qual for a causa, a coprofagia tem tratamento e precisa ser investigada com atenção”, conclui Martins.

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