Importância de manter a imunização nas crianças
Com o risco de contaminação e a orientação de distanciamento social[1] em meio à pandemia de coronavírus, tem sido observada a queda na vacinação contra outras doenças preveníveis por vacinas, principalmente as da primeira infância. Uma pesquisa realizada em Londres, publicada pelo Eurosurveillance, mostra que nas semanas que iniciaram as medidas de distanciamento social, houve redução em mais de 19% da vacinação tríplice viral, que previne contra sarampo, caxumba e rubéola, em comparação com 2019[2]. O risco de descontinuidade da vacinação rotineira pode aumentar o número de indivíduos suscetíveis a outras doenças, assim como a probabilidade de surtos de doenças que podem ser evitadas por vacina.
“Manter as vacinas em dia e seguir o calendário vacinal é muito importante, mesmo em um cenário de pandemia, em que as pessoas tem medo de sair de casa e se aglomerar. Como os demais agentes infecciosos – vírus e bactérias -, permanecem circulando, é essencial se prevenir, para evitar que estes causem doenças graves, como sarampo e meningite e a volta de outras doenças, como a poliomielite”, alerta a diretora médica da Sanofi Pasteur, Dra. Sheila Homsani. “Além disso, a prevenção de doenças respiratórias, como coqueluche e gripe, contribui para que os profissionais de saúde, medicamentos e, até mesmo, equipamentos, como respiradores, estejam liberados e disponíveis para atender aos pacientes com COVID-19[3]. Ainda que não haja comprovação cientifica, acreditamos que a coinfecção ou infecção concomitante de outros patógenos respiratórios, que podem ser evitados pela vacinação, associado ao coronavírus, pode agravar essas doenças”, conclui.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) recomendam que a vacinação seja considerada serviço essencial de saúde, sem interrupção[4]. Mas é necessário que a população e os espaços sigam as orientações de higienização com álcool gel e lavagem das mãos, uso de máscaras, luvas e outras medidas para proteger pacientes e profissionais de saúde da contaminação por COVID-19.
Embora o Programa Nacional de Imunizações (PNI) brasileiro seja um dos maiores do mundo[5], foi observada queda na cobertura vacinal entre 2018 e 2019, passando de 77,13% para 71,49%[6]. E entre as vacinas que tiveram queda na cobertura, estão duas, que são importantes e estão disponíveis para crianças pelo Calendário Nacional de Vacinação[7]:
· Pentavalente (redução de 88,49% para 69,20%5): Deve ser aplicada aos 2, 4 e 6 meses de vida7. Ela protege contra a difteria, tétano, hepatite B, contra a bactériaHaemophilus influenzae tipo b, responsável por infecções no nariz, meninge e na garganta, e ainda contra coqueluche[8].
A coqueluche chama atenção especial para prevenção durante esse período de pandemia de COVID-19. A doença caracteriza-se por causar tosse seca[9] e infecção respiratória[10], sintomas presentes também na infecção pelo novo coronavírus[11]. A tosse severa pode fazer com que os infectados visitem pronto-socorro ou usem as já sobrecarregadas salas de emergência, onde há o risco de contrair COVID-19. Essa vacina, assim como contra outras doenças respiratórias, é importante para que pessoas não se exponham ao novo coronavírus para serem avaliadas em uma unidade de emergência em decorrência da tosse.
· Poliomielite, (queda de aproximadamente de 75% para 74%, considerando todas as doses5): mais conhecida como “paralisia infantil”, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus. A vacinação é disponibilizada gratuitamente pelo SUS e é feita em três doses da injetável – VIP (2, 4 e 6 meses, contra os três tipos de poliovírus) e mais duas doses de reforço com a vacina oral bivalente (contra dois tipos de poliovírus) – VOP (gotinha)[12].
Na rede privada, é possível encontrar a opção hexavalente, que combina a prevenção contra as cinco doenças cobertas pela vacina pentavalente associada à imunização contra a poliomielite.
A imunização na infância é importante, uma vez que crianças são mais suscetíveis às doenças, já que suas defesas imunológicas ainda são fracas[13]. Durante esse período de pandemia de Covid-19, existem algumas formas de prevenção que podem guiar os pais[14]:
· Usar máscaras ao sair de casa.
· Menores de 2 anos não devem usar máscaras ou protetores faciais, por aumentar o risco de sufocamento.
· Manter distanciamento social.
· Lavar as mãos frequentemente com água e sabão. Se não estiver disponível, use álcool em gel.
· Evitar tocar os olhos, boca e nariz sem lavar as mãos
· Cobrir o rosto ao tossir ou espirrar
· Limpar e desinfetar objetos tocados com frequência
Ainda, se programas de imunização tenham sido suspensos devido ao período de distanciamento social, recomenda-se que a atualização da vacinação seja feita assim que possível e em segurança[15].