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Peça Um Clássico: Matou a família e foi ao cinema

Luiz Fernando Marques explora a fronteira entre cinema e teatro em projeto de circulação do Grupo XIX de teatro 

Com uma abordagem ácida e provocativa, o espetáculo desconstroi a moralidade e explora os limites entre realidade e ficção, revelando os dilemas de uma geração perdida.

Sessões de 5 a 13 de abril com ingressos gratuitos.

Seguindo com a circulação dos espetáculos resultantes do Núcleo de Pesquisa de 2024, o Grupo XIX de Teatro apresenta a peça Um Clássico: Matou a família e foi ao cinema, de 5 a de 13 de abril, com sessões aos sábados e domingos, às 16h e às 18h, na Vila Maria Zélia. A entrada é gratuita.

Desenvolvido e orientado por Luiz Fernando Marques (o Lubi), a montagem traz a busca por pertencimento e a banalização da violência traçando um retrato ácido de uma geração perdida entre o desejo de se rebelar e a incapacidade de agir. “O que mais me interessa, tanto no teatro quanto no cinema, é a presença do público e como ela pode transformar o que foi previamente concebido”, afirma o diretor.

Inspirado em dois filmes marcantes dos anos 60 – Matou a Família e Foi ao Cinema, de Júlio Bressane, que trouxe terror e comédia juntos ao cinema e Um Clássico, Dois em Casa, Nenhum Jogo Fora, de Djalma Limongi, um dos primeiros filmes a abordar uma relação homossexual no cinema brasileiro – o espetáculo brinca com a fronteira entre o que é visto na tela e o que acontece ao vivo. O diretor conta que a pesquisa partiu do desejo de revisitar essas obras dentro de um novo contexto. “Eles foram produzidos no final dos anos 1960, em plena ditadura militar, e nosso objetivo foi confrontar essas narrativas com o nosso olhar em 2024.”

Lubi destaca que o projeto não é apenas uma releitura dos filmes, mas uma experiência cênica inédita. “Misturamos essas referências com a presença do teatro, criando uma nova forma de narrativa”. Ele reforça que apresentar o trabalho faz sentido justamente por ser um espaço para experimentação e troca. “Espero que vivam essa loucura com a gente!”, convida.

No palco, dois homens, duas mulheres e um narrador criam um jogo onde passado e presente se confundem, fazendo com o espectador construa sua própria narrativa. Essa história cinematográfica traz um olhar inquietante sobre a apatia contemporânea e o papel do entretenimento na construção de narrativas que anestesiam a realidade. Com uma encenação provocativa, o espetáculo convida o público a refletir sobre os limites entre a ficção e a brutalidade do cotidiano.

O projeto de circulação 4 x XIX, contemplado pela 19º do Prêmio Zé Renato – que visa apoiar a produção e desenvolvimento da atividade teatral para a cidade de São Paulo, vinculado à Secretaria Municipal de Cultura – ainda vai apresentar outras peças decorrente dos Núcleos de Pesquisa do grupo em 2024: Vitaminas (de Rodolfo Amorim) Quando um dia (de Juliana Sanches), Interruptor: dispositivos pra desligar a corrente (de Ronaldo Serruya) com sessões previstas para maio e junho.

Desde 2005, o grupo realiza oficinas teatrais gratuitas e, por meio de seus núcleos de pesquisa, desenvolve experimentações cênicas inéditas. 

Mais informações pelo Instagram @grupoxixdeteatro

SINOPSE

Em um país onde cinemas se transformaram em igrejas pentecostais, dois filmes brasileiros pioneiros, lançados em 1968 e 1969, abordam temas homoafetivos. Essas histórias pertencem a um passado conservador em preto e branco ou são presságios de um presente tingido de sangue?

 

Os clássicos de Júlio Bressane e Djalma Limongi (1950-2023) se encontram na fricção entre cinema e teatro, dando forma a uma experiência única. O público recria a narrativa, mesclando o que foi filmado com o que acontece ao vivo. Dois filmes, uma peça, duas mulheres, dois homens e um narrador entrelaçam passado e presente na busca por um futuro mais diverso.

 

Ficha técnica: 

Direção e dramaturgia: Luiz Fernando Marques (Lubi). Diretora assistente: Juliana Mesquita. Artistas Colaboradores e Atuantes: Bruna Mascarenhas, Clara Paixão, Carlos Jordão, Lucas Rocha e Walmick de Holanda. Cenografia e Edição de vídeo: Luiz Fernando Marques (Lubi). Figurino, visagismo e direção de arte: Bruna Mascarenhas, Clara Paixão, Carlos Jordão, Juliana Mesquita, Lucas Rocha, Luiz Fernando Marques Lubi e Walmick de Holanda. Técnico de Luz, som e vídeo: Luiz Fernando Marques (Lubi) e Juliana Mesquita Técnico de apoio: Roberto Oliveira. Produção executiva: Andréa Marques.

Projeto foi contemplado pela 19ª Edição do Prêmio Zé Renato.

Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa.

Serviço:

Peça Um Clássico: Matou a família e foi ao cinema

De 5 a 13 de abril de 2025 – Sábados e domingos, às 16h e 18h.

Vila Maria Zélia – Rua Mário Costa 13 (Entre as ruas Cachoeira e dos Prazeres) – Belém. Telefone – (11) 2081-4647. Acessibilidade. Estacionamento: gratuito. 

Duração: 77 minutos. Indicação: Maiores de 18 anos. Capacidade: 60 espectadores por sessão. 

Ingressos: Grátis

Retirada pelo Sympla 

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