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Diabetes e Páscoa: uma combinação possível


Especialista da SBD explica como pessoas com diabetes podem aproveitar esse feriado cheio de guloseimas
Muitos associam o diabetes ao consumo de doces – ao receber o diagnóstico da doença, é comum que as pessoas automaticamente pensem que terão que abrir mão de alimentos prazerosos, como o chocolate. Inclusive em datas comemorativas como a Páscoa, em que o doce se faz tão presente. Porém, quem tem diabetes realmente não pode consumir chocolate?

A nutricionista Tarcila Ferraz de Campos, vice-presidente do Departamento de Nutrição da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), orienta que, desde que o consumo seja realizado dentro da quantidade de carboidratos diária permitida, a pessoa com diabetes não precisa abrir mão do doce. “Para comer chocolate, é necessário apenas ter o controle da quantidade de carboidratos diária permitida. Além disso, a pessoa com diabetes pode procurar amenizar os efeitos do chocolate sobre a glicemia consumindo o produto após a refeição, como sobremesa. A presença de outros nutrientes, inclusive das fibras, faz com que a absorção não seja tão imediata e não eleve tão bruscamente a glicemia”, afirma.

De acordo com a nutricionista, o chocolate diet, vendido com uma opção para quem precisa reduzir a ingestão de açúcar, pode não ser uma alternativa tão saudável assim para quem tem diabetes. “Ele tem praticamente a mesma quantidade de carboidrato de um chocolate tradicional e, algumas vezes, tem mais gorduras e consequentemente mais calorias. Pela falta da sacarose (açúcar) na formulação, a indústria acrescenta outros tipos de carboidratos e gordura para dar sabor. Para checar se a troca do chocolate normal pelo diet vale a pena, é preciso avaliar o rótulo do chocolate selecionado”, explica.

Algumas alternativas, como a alfarroba e o chocolate amargo, podem garantir uma Páscoa saudável e, ainda assim, saborosa. “A alfarroba, por exemplo, tem sido utilizada como substituto do cacau para intolerantes à lactose ou celíacos. Apesar de ter sabor similar ao do chocolate amargo, trata-se de uma vagem que, após torrada e moída, resulta em uma farinha e pode ser utilizada em produtos que se assemelham ao cacau. Já o chocolate amargo é o mais rico em antioxidantes, porque tem mais massa de cacau e menos manteiga de cacau. Como o próprio nome diz, é amargo ao paladar, pois possui reduzido teor de açúcar”.

Independentemente da opção escolhida, o importante é levar em conta a quantidade de carboidratos diária permitida e, dessa forma, se deliciar com o que a Páscoa tem a oferecer. “Opte pelas opções mais saudáveis e aproveite esse momento em família. Não deixe de tomar seus medicamentos e/ou insulina e mantenha a monitorização da glicemia para entender como ela se comporta nesses dias em que fazemos uso de alimentos diferenciados”, finaliza Tarcila.

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