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Cai em 30% as doações de órgãos em todo País por conta do Covid-19

Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo mapeia o perfil das equipes cirúrgicas de transplante renal no Estado de São Paulo


Com a pandemia do novo coronavirus, houve uma queda expressiva de quase 30% das doações de órgãos em todo País

Em meados de março, logo que foi determinada a quarentena, foi anunciada também a suspensão dos transplantes por doador vivo, tendo como objetivo protegê-los e não expô-los ao risco de contaminação do vírus. A paralisação, embora necessária, afeta cerca de 20% dos pacientes que dependem das doações de rins para sobreviver no Brasil.

Em 2019, foram realizados aproximadamente 6,3 mil transplantes renais. “Hoje, temos perto de 25 mil pessoas ativas na lista de espera. Nos últimos dez anos, a média anual foi de 5,5 mil procedimentos.”, afirma o urologista Sérgio Ximenes, Chefe do Departamento de Transplante da SBU-SP, Doutor em Urologia pela UNIFESP.

Paralelamente a esse cenário, a Sociedade Brasileira de Urologia – seção São Paulo, realizou um levantamento para traçar o perfil das equipes cirúrgicas que realizam transplante renal no Estado de São Paulo. Baseado no Registro Brasileiro de Transplantes, da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, o questionário foi respondido por 20 equipes do Estado de São Paulo, sendo 11 da capital e nove do interior o que enriqueceu a qualidade dos dados coletados.

As instituições de ensino corresponderam a (70%) das equipes ativas, o restante (30%) está dividido entre instituições privadas e filantrópicas.

Um dado interessante é que, quando analisadas as especialidades dos cirurgiões, foi observado uma maciça participação dos urologistas, presentes em praticamente (100%) das equipes. Em segundo lugar vem o cirurgião geral que com (10%) de presença, seguido pelo cirurgião vascular e pediátrico com (5%) cada.

“A urologia está relacionada com o transplante renal por sua grande familiaridade com o órgão. O urologista é formado e treinado para tratar todas as patologias renais. O transplante, por sua vez, envolve também a manipulação da via urinária como ureter e bexiga, também área de atuação do urologista. Por fim, atua muito próximo ao nefrologista, que é o especialista responsável por tratar os pacientes com falência do rim e suas consequências”, explica Ximenes.

Outro dado interessante é que (32%) dos cirurgiões atuam exclusivamente no transplante renal. Apenas (25%) das equipes possuem cirurgiões envolvidos na captação de órgãos. Quanto à participação no SUS, cerca de (15%) atuam exclusivamente, (45%) das equipes em mais de (75%) dos transplantes e somente (15%) não atuam.

O transplante pediátrico é realizado por somente (40%) das equipes, talvez pela complexidade do paciente além da dificuldade para organizar a estrutura necessária para o atendimento deste tipo de paciente, como a diálise e UTI.

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